O amigo que me telefonou de Macau estava perdido de riso. Tinha lido num jornal de lá uma crónica sobre a brigada do reumático.
Reconheço que eu próprio me afastei muito da realidade militar, desde que o 25 de Abril deu no que deu. Os militares deram o seu golpe, ganharam a «guerra» deles, recolheram aos quarteis e a malta que se lixasse.
Agora parece que estão noutra. A brigada do reumático é que parece igual e de qualidade muito semelhante. Acomodados tal e qual, com a mesma falta de graça e com a sensação de que nada de mal lhes pode acontecer. Esperam do governo um porvir iluminado e generoso.
Os revoltados podem não ter razão; podem não concordar com a perda de direitos, liberdades e garantias de bem estar, como os outros cidadãos comuns. Os cidadãos comuns não têm mais razões e menos direitos, mas não têm armas. Claro que podem manifestar-se atrás dos sindicatos, mas é um blá-blá sem significado ou consequência, ainda que uma vez ou outra possa aliviar a consciência.
Nos países africanos qualquer sargento pode levantar-se e,se for lépido, tomar o poder, mastigar os adversários ou simplesmente fuzilá-los. Mesmo sem necessidade de se manifestar previamente. Com a economia pelo caminho que leva a nossa e nos arrasta com ela, quanto tempo faltará para que um qualquer sargento nos possa valer?
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