Antes que volte a aquecer - é que eu vou mesmo contar o que me aconteceu na terra que eu ajudei a "libertar" - ainda tenho a estória do dr. Freitas para contar. Ocorreu-me a propósito daquele despropósito de me colocarem numa turma de repetentes, porque um chefe de secretaria idiota mandava e pronto.
No Liceu toda a gente detestava o sr. Freitas e todos perguntávamos pelo sr. Vieira, um senhor que mais tarde foi promovido a chefe da Secretaria do Liceu Diogo Cão e que tratava connosco com urbanidade.
Portanto, quem tinha um problema da secretaria chegava ao balcão e perguntava: " o sr. Vieira?". Resposta do chefe da secretaria, o tal sr. Freitas " o sr. Viêira non tá, foi cagá". Assunto encerrado.
Um dia, o sr. Freitas foi de licença graciosa, para Gôa - dizia-se . E por um dia daqueles o dr. Higino Vieira, com o seu ar sério, com os óculos em cima do papel, começou a chamar-nos à secretaria, para assinarmos os selos das propinas - assim uns selos castiços, com uns mochos amarelos, verdes, azúis.
Chegávamos ao balcão da secretaria e ele tinha um livro enorme com os selos colados e dizia: "assina aqui". Lá fazíamos o melhor que sabíamos e outro assunto arrumado.
A coisa começou a ser comentada: "então porque é que andamos agora a assinar os selos do ano passado, de há dois, de há três anos ?"
Fácil: o sr. Freitas tinha um único acto simpático para com os alunos do Liceu Diogo Cão: aceitava o dinheiro das propinas, não nos obrigava a ir aos serviços de Finaças (Fazenda) comprar o selos.
Só que... metia o dinheiro no bolso e quando foi de graciosa, mais ninguém soube dele.
Para que tudo ficasse certo, alguém (os Serviços de Educação, naturalmente) comprou os selos para nós assinarmos
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