sexta-feira, setembro 02, 2005

PASSADICES

Estou à vontade.Eu próprio levantei a questão, e logo no princípio, no blog. Amarrar-se uma pessoa ao passado é como perder o comboio. É parar na estação errada. Mas também concordo com o Leston na intransigente defesa da memória do que ficou para trás. Recuando no tempo pode encontrar-se uma lição útil para entender melhor as dúvidas que o presente nos coloca.
Mas no passado não havia computador. O mais o parecido foram os sinais de fumo. No entanto, há 60 anos, e 60 anos é muito passado, já havia bomba atómica. Há 30 anos na China só havia bicicletas. Vão lá ver agora. A ler o passado que o «diário de notícias» mostra pode ver-se como de um ano para o outro tanta coisa foi mudando. Só a guerra no mundo não parou...

Basta!, disse ele, que sentia o baú cheio de sucessos. Mas porque não? - ter-se-á inquirido, perplexo. Porque não?Mandou tudo às urtigas e perfilou-se, preparado para alguns espantos...

O PS ficou numa encruzilhada. Já estava, o que ainda não tinha era dado por isso! Almeida Santos achou bem e talvez ache melhor voltar a ser ministro da Justiça. E porque não? Sei lá, respondam vocemecês...
Maria Barroso podia, era natural, dar outro jeito na Cruz Vermelha. É mais difícil, lá isso é, imaginar Victor Constâncio, de novo, nas Finanças, a ter que fazer o retrato do défice a Mário Soares.
Se, por via disto, Eanes emigrasse até teria graça e evitava-lhe a maçada de ter de voltar a candidatar-se daqui a cinco anos! Saída que não tem Freitas do Amaral, que será, por este andar, o senhor que se segue, devidamente acolitado na campanha por Jerónimo de Sousa.
É difícil imaginar um futuro mais radioso.
Jardim não terá remédio. Só lhe resta o grito do Epiranga (rouco)...

Mário Soares é, não o esquecamos, o preferido de Alfredo Barroso; e conta com o apoio incondicional de Ventura Martins, via «diário de notícias». Que dúvidas restam? Como é que alguém pode perder nestas circunstâncias...
Alegre já não tem caminho. É só passado. Mal assente no presente e zás, caixote de lixo. Sócrates também perde espaço e arrisca-se a acabar nos biodegradáveis, apesar de aparecer todo aperaltado numa apresentação para a qual não meteu prego nem estopa.
É isto o que faz trazer o passado de volta: confundir o presente e perder a fé no futuro.
Foi o que nos fizeram ou que escolhemos que nos fizessem ou tudo junto que deu esta sopa, que hoje temos para pôr na mesa...
Só que, apesar de tudo, o homem sonha e, como disse o poeta, só por isso o mundo pula e avança. Pois! Mas deixa sempre alguns para trás. Ou será que há falta de sonhadores em África? Os que havia vieram embora. Eu posso, claro que posso, lembrar-se como era a Baía dos Tigres, uma ilha de areia, com muito peixe à volta, mas como será hoje, se ainda existir?

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