terça-feira, agosto 17, 2010

ERA E FOI-SE - 65 - 3ºC

Com a capa podia acontecer tudo. A 14 de Agosto apareceu Américo Tomás. Além de sócio do Belenenses, era presidente da República.Nessa condição, retatado pelo pintor
Eduardo Malta, meu vizinho de infância, na Victor Cordon, aqui, de Lisboa.Além da capa, encheu uma porção de páginas patrioteiras.
Júlio Castro Lopo prosseguia com a evocação de Paiva Couceiroe já ia na 26ª crónica e anunciava a 3ªparte do livro «Angola», de Paiva Couceiro!
De branco vestido, Tomás erguia os braços à população, atrás, à sua esquerda Silvino, sorridente. O título:«Outra vez. Presidente»!
Luanda de hoje ( de 1965!) é contrastada com Luanda do antigamente, dita pitoresca. A então actual via-se a cores; a outra meio sumida no cinzento triste do tempo, mas extasiava os antigos.
Uma transplantação da córnea, a primeira em Angola,, é salientada numa porção de páginas. Os médicos, esses, era espanhois. Iam regularmente ao Vouga dar contributo generoso. Os colegas portugueses não eram lá muito virados para isso,para generosidades benfeitoras...
Massangano, um dos polos de resistência ao invasor holandês, ganhou uma estrada de acesso, bem merecida, por sinal. Por lá ficou sepultado, desde 1589, Paulo Dias de Novais!
Ao serviço da Cuca, Humberto Madeira visitou Nova Lisboa.
A loucura ensurdecedora dos batuques no danço-congo, em S. Tomé. Acho que nem tinha como ser descrita aquela festa pagã, popularizada que enebriava toda a polulação. O +N+ rompe tranquilamente as barreiras e trás, número a número. imagens da Pátria comum. Do Minho a Macau, de S.Tomé a Oliveira daSerra, do Porto à Guiné!Se fosse preciso ir ao Brasil, por mór da bola, ia-se, pois então! Às corridas de popós na Africa do Sul, pois então, claro. Vai (ia!) onde houvesse que ir. Isso é que distinguia o +N+ dos concorrentes de Lisboa e arredores...
O «Beiral» de Luanda é algo que devia ser revisto todos os semestres ou trimestres. Paz e Caridade generosa. Obra anónima que os homens de Angola ergueram e mantiveram. Olhe-se a fachada do edifício, a sala de refeições, a cozinha, a sala de convívio! Onde encontrar, por aí, nos nossos dias, aqui ou lá, na Angola petrolífera?
Angerino foi aos Dembos. Caramba! Como aquilo é grande e magnífico e espesso e húmido!
Meninos alunos fora levados a Massangano fardados de Mocidade Portuguesa.Do alto olharam os estudantes de Coimbra, idos de passeio. O peso de História é semelhante a qualquer peso: perde-se ou eterniza-se...
Qui, Cabral e Angerino de Sousa foram a Porto Alexandre ver a muralha de casuarinas, um pedaço de Algarve fincado no sul de Angola. Terra de peixe e de pescadores. O reportagem foi do governador-geral!
(continua)...

1 comentário:

Isabel Valadão disse...

António, para quando o resto dos teus textos sobre o +N+?! vou ficar à espera, prometo! Um beijão x