Um caso de bigamia enche quatro páginas da revista. Muito texto e pouca uva. Uma
foto apenas: a da primeira esposa. Os restantes personagens citados não aparecem nas imagens. Nem sombra do vilão. O Acácio Barradas,que virei a conhecer uns anitos mais tarde, ter-me-ia dado cabo do caneco, se eu apresentasse a caldeirada semjindungo...
Quiminha:a água da sede deLuanda mostra o outro Acácio Barradas: o que arruma o jornal eo empurra para a rua,para o campo, para junto das pessoas, à procura de Angola, estivesse onde estivesse...
E já pode chover em Luanda.É o título mais desejado na cidade, menos de um ano após o dilúvio, que arrasou uma parte de Luanda.Esta excelente notícia, em forma de reportagem, não aparece assinada. Injusto! Era uma grande notícia, de um assunto caro aos luandinos, como mostraram as fotos de Raul Moreira, sobre um passado, então recente, de triste memória.
E foi um Tavares da Silva, pronto a disparar, que irrompeu no +N+ e deve ter provocado alguns temores.
Xico Orta, desenhador, ilustrador, entra no Semanário. Com Charulla, o jornal cresce e ganha força. Melhora emqualidade e grafismo. Um tal Palácios vilipendia a Câmara de maneira planfetária, mas bem disposta.Valia o que valia. Fazia sorrir de coisas tristes.
TavaresdaSilva acompanhou o G.G. à Lunda e depressa concluiu que lá, na Lunda «não há homens ao de cimo da terra»! Pois, pois, demasiado rica nas entranhas!...
Quem quisesse ser artista podia vir a sê-lo ou não, mas foto no +N+, ah! isso sim,
era só pedir!
Tavares da Silva brinca, a brincar com coisas ditas sérias; Xico Orta baba-se de gozo! Que posso eu, ainda hoje, senão rir?
«Falta ao Benfica uma mão forte e competente para guiar a nau»! Não resmunguem comigo. Foi o que Rola da Silva escreveu. Ele não era visionário. Deve ter sido mera coincidência. Além de que só tinha a ver com o Serafim ou com o Pedras; com o Zé Augusto ou o Simões! E nem o Eusébio escapou.
Aquitandeira era bem a capa que faltgava e deixou de faltar!
Nem faltaram títulos marginais como:
«Luanda está errada como capital de Angola» -Água
- Charula a defender a tese de Lisboa-a-nova... vai para sanzala
-também por lá faria falta
Uma jovem senhora, Alieta Cotovio surge como colaboradora, com temas destinados a estudantes. Charulla, esse, queria mudar-sepra Nova Lisboia, levando com ele a capital.Foi persistente tal tese. Já depois de ser país,Angola haveria de ouvir Troufa Real a perfilhar a mesma teses, mais tesa ainda: queria a capital geodésica algures no centro.
Afinal, a água tem ido tranquilamente para as sanzalas e em diferentes distritos. Fotos dessa realidade foram exibidas.
Um título inusitado assusta-me:«O Plano Financeiro» - por Sócrates»!!! À cautela
não leio, apesar de ilustrado a vermelho!
O nº 217 calhou no primeiro de Fev. e anuncia na capa que o «Caso Bolou ainda não foi resolvido», capa esta que insere o bonito rosto de Jane Fonda! -porquê?
O caso Bolou de facto não foi resolvido. Não havia da parte do manda-chuva da direcção do Sindicato vontade de abordar o assunto,diante dos sócios sindicalistas, que incluiam, vejam lá, os jornalistas!. Um excesso de autoridade que assentava na convicção que as bases não podiam exercer qualquer pressão democrática, cuja dita não era, então, reconhecida, nem tolerada, pelo poder político.
Dada a época que então se vivia, o artigo de Bettencourt Faria teria que fazer, como fez, natural furor:«Mensagens de Marte são recebidas na Terra há mais de três anos»... Em foto, um texto de gatafunhos indecifráveis teria chegado de Marte de Eustaquio Zagorsky.
Desde então nãomais li nada sobre o dito Zagorsky, nem sobre as tagarelices marcianas, , mas tinha piada na altura.
Rola da Silva nãoparava de escrever sobre o futebol do «puto», um tipo de foot que Rola não parecia apreciar muito...
Sem comentários:
Enviar um comentário