Em Novembro o assunto em destaque foi Stanleyville: entre sangue, confusão e ruina. Assunto que nos tocava de perto, mas que evitavamos extrapolar, mas a foto da capa, com três cadáveres belgas, na caixa do camion pareceu excessiva, e igualmente impróprio destacar na mesma primeiro página o patrocínio da Cuca à reportagem.
No interior três páginas soberbas com bicharada:uma foca enorme a patinhar por Moçâmedes e dois elefantes, tamanho família,a cirandar na Quiçama, acalmam o crítico.
Koblet morre num desastre de automóvel. Não foi em Lisboa, nem nos arredores. Koblet além de pedalar muito e bem tinha estilo. Ganhou a Volta à França e umas quantas à Suiça, além de outro tipo de provas.Esperou por Fausto Coppi para abandonar o ciclismo.
A situação em Stanleyville durou algumas semanas mas sangue e barbárie eram uma constante nos quatro anos de independência que já levava o Congo ex-belga.
Sofia Loren com espaço no +N+ beija Carlo Ponti e explica que foi ele que dela fez gente!
Em Dezembro,o +N+ completava seis anos.A Feira (das indústrias) como sempre deixou para o fim os arrumos e perdeu a noite a arrumar. Mas, na hora, tudo bem.
Boa reportagem sobre a outra Leopoldville, «agora» Kinshasa.Cidade grande,mas tranquila.
Das meninas do cinema foi a vez de Carrol Baker, mas sem nada especialmente especial...
Moxico encantava e apresentou-se ao +N+ como «Turismo à espera de turistas».Que se havia de fazer? Portuga,portuga mesmo só ia à terra dele no «puto» E ir ao Luso não era o mesmo que apanhar o barco do Barreiro, muito embora o comboio do Lobito por lá passasse. E havia tanto, tanto para desfrutar em Angola!
Um caso claro de abuso de autoridade abriu o ano novo, ainda que em boa verdade tenha ocorrido no final do ano de 64.Um acidente de automóvel,à noite, na estrada Lobito-Benguela, provocou um morto. O corpo da vítima ficou no local do sinistro,
«como a Lei prescrevia»,sublinhou o +N+.
No dia seguinte, ao meio-dia, o Rádio Clube do Lobito comentou o caso, criticando as autoridades por ainda não terem recolhido o cadáver. O delegado da Procuradoria da República deve ter amuado. Exigiu a gravação do comentário. Requisitou uma força policial e cercou o Rádio Clube. Prendeu Carmo Veiga,porque este solicitou autorização para nommear um advogado! Por alguma razão se dizia do regime, que vigorava, que era fascista,o regime e alguns bastantes dos magistrados que à sua sombra se acoitavam.
Paulo Cardoso, responsável, pelo Radio Clube garantiu ao +N+ que Carmo Veiga não se excedeu, ao falar com o Delegado do M.P.
Era assim a vida. Delegado podia ser estúpido,grosso ou parvo, que nada nem ninguém lhe diminuia a autoridade.
Valha-nos Deus, que hoje dispõem de menos autoritarismo e oxalá não seja, como parece, só isso...
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