Armando Guebuza, presidente de Moçambique está em Lisboa. Vem - ao que dizem - para acertar contas com o Estado português e tentar comprar a parte que a este cabe da Barragem de Cahora Bassa - mais de 80 por cento do capital total.
Este negócio de Cahora Bassa arrasta-se há anos e nunca houve nenhum governo em Lisboa que decidissse, de uma vez por todas, defender os interresses do povo que pagou a construção daquela infraestrutura verdadeiramente excepcional para Moçambique.
Este negócio de Cahora Bassa já envolveu muitos interesses, passando pelo dos sul-africanos que resolveram pagar a preços ridículos a energia importada de Moçambique, uma manobra que teve a conivência de Chissano, também ele interessado em comprar, para ele próprio, uma parte do capital da empresa proprietária da barrragem.
Aparece agora Guebuza, o homem que mais e melhor enriqueceu durante os trinta anos que Moçambique leva de independência. Provavelmente, também tem interessses particulares no negócio, associado, como não pode deixar de ser, a parceiros de Lisboa.
Por isso mesmo não causa nenhuma estranheza que Guebuza tenha recebido dois dos candidatos à Presidência da República. Dois e apenas dois. Porquê? Porque esses já conhecem os negócios e os interesses que estão por detrás de Cahora Bassa, assim como conhecem os meandros da compra de grande parte do Vale do Limpopo.
Para Manuel Alegre é bom não ter sido incluído nestas audiências solenes. É mesmo muito bom que não tenha a confiança de Guebuza. Assim, se ganhar as eleições sempre poderá ponderar, antes de tudo, os interesses portugueses.
1 comentário:
e ainda falta "contabilizar" as vidas perdidas ou transviadas de todos aqueles que lá foram "malhar com os ossos" para defender os futuros negócios destes senhores, tanto os de cá primeiro, como os de lá depois - afinal, passadas décadas já não se distinguem uns dos outros - estão todos juntos.
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