domingo, novembro 27, 2005

Ainda o 27 de Maio

Leio, na Net, um texto assinado por João Van Dunem e Francisca Van Dunem, ambos irmãos de José Van Dunem, assassinado pelo MPLA na sequência da repressão à tentativa do golpe de 27 de Maio de 1977.
O texto é uma resposta a outro escrito, de Pepetela, publicado no mesmo jornal, o "Angolense", e em que o escritor se diz cansado do silêncio do MPLA relativamente a notícias que correm a seu respeito sobre uma alegada participação no processo de repressão que se seguiu à tentativa de golpe de estado liderada por Nito Alves.
Tal como o João e a Francisca não estou interessado nas intrigas da terra e tal como eles entendo que é tempo de se acabar com o silêncio sobre aquele período negro da História de Angola, durante o qual foram mortas (assassinadas) dezenas de milhares de pessoas, a maior parte das quais jovens com grandes capacidades e que, seguramente, teriam determinado outros caminhos para o país..
Já por diversas ocasiões aqui exprimi a minha posição política anterior ao 27 de Maio. Eu não estava com os "nitistas", mas os "netistas" também não me encantavam. Por isso saí de Angola em Abril de 1977.
Todavia, as notícias que tive de amigos, camaradas e de fontes independentes, levam-se a - sempre que se depare a oportunidade - verberar a chacina que foi levada a cabo em nome da conservação de um poder que apenas serviu para empobrecer um povo.
É tempo de acabar com os silêncios e perceber as cumplicidades pela omissão, também elas causa de um processo que deveria ser devidamenmte escalpelizado para servir de lição aos vindouros.
Talvez tenha mesmo chegado a hora de pedir perdão pelo mal causado. Até a Igreja Católica já pediu perdão...pelos males causados há séculos

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