sábado, janeiro 21, 2006

Amilcar Cabral

Faz hoje 33 anos que Amílcar Cabral foi morto. Era já noite, em Conackry , quando um grupo de homens se aproximou do então Secretário Geral do PAIGC, tentanto manietá-lo e, dessa maneira, concretizar um "golpe"na direcção daquele movimento de libertação. A aproximação foi feita à saída dos escritórios do Partido e, perante a resistência de Amílcar, um dos homens baleou-o. O Comandante caiu junto ao Volkswagen que usava na capital da Guiné Conackry. Ana Maria Cabral estava junto dele.
Na sequência do golpe, Aristides Pereira foi amarrado e conduzido para alto mar, num barco, que, supõe-se, rumaria Bissau.
Entretanto, as forças leais a Amílcar reagiram e anularam o golpe. Infelizmente já não conseguiram evitar o assassinato mais dramático das lutas de libertação nacional ocorridas em três das cinco ex-colónias portuguesas. De facto, o dirigente guineense, de origem cabo-verdiana, foi de todos o mais brilhante político e estratega, concebendo uma luta política e uma guerra de libertação para dois países, unificados por um Partido.
O sucesso da guerra foi, todavia, uma das razões do desencadear de ódios de tipo racista, já que, perante a perspectiva de uma vitória, o poder começou a apetecer a toda a gente, independentemente de competências. Percebeu-se, mais tarde, que a todos bastava evocar a condição de combatente para ter direito a mordomias e à exploração desenfreada dos recursos do Estado entretanto criado.
Basta lembrar que a Guiné Bissau foi o país de toda a história da cooperação internacional que mais dinheiro recebeu da comunidade internacional e que, no final, nada restou.
A morte de Amílcar trazia consigo a morte da estratégia de unidade entre Cabo Verde e Guiné Bissau, que acabou por acontecer, definitivamente em 14 de Novembro de 1980.
Trinta e três anos depois da morte de Amílcar Cabral e mais de 25 da morte do seu projecto político, Cabo Verde está em vésperas de um quarto acto eleitoral para uma Assembleia Legislativa e de uma quarta eleição de um Presidente da República. O país deixou de ser "inviável" já há muitos anos e o seu crescimento económico vai garantindo melhorias significativas na vida dos seus habitantes.
A Guiné Bissau corre cada vez mais o risco de ser engolida a Norte e a Sul, já que, depois do golpe de 1980 nunca conseguiu ser mais que uma cidade-estado, onde se concentra a maioria da população para tentar sacar do aparelho do estado uma forma de sobrevivência. O resto é o vazio e a população sente-se entregue a si própria, pelo que vai resolvendo os seus problemas mais a Norte ou Mais a Sul, mas sempre em francês.

2 comentários:

Anónimo disse...

em francês..,..e depois?como se português ou francês fossem outra cousa.bahh.

Leston Bandeira disse...

É isso mesmo, oh anónimo! Uma e a outra coisa são a mes merda. Para ler é preciso ter inteligência . Dahhh!!!!