Combóio Alfa, Porto-Lisboa. Saiu às 21H15 e haveria de chegar três horas depois. Éramos três, vinhamos animados, as reuniões tinham corrido bem e eu ia apreciando particularmente o entusiasmo dos dois jovens que partilham comigo um projecto profissional.
No enfiamento oblíquo da minha visão, do lado direito, vem um homem curtido pelo Sol, de óculos redondos, a ler jornais. É uma cara que eu conheço, o tempo não o descaracterizou. "É o Luandino..." penso. "Só pode ser..." Levantei-me, aproximei-me dele e, pedindo desculpa pela interrupção, fiz a pergunta, com a entoação de quem afirma: "Luandino Vieira...
Olhou para mim com curiosidade: "...às vezes sou..." Disse o meu nome. Abriu o sorriso e apertou-me a mão com vigor. Desejei-lhe felicidades para o seu novo livro, que, por acaso, tinha levado comigo para ir lendo e voltei para o meu lugar.
No final da viagem, veio ter comigo: "você, há bocado, disse que era o Leston Bandeira...". "Sim, foi o que disse". Veio então o abraço forte... já não nos víamos há tantos anos. "...Pois...ainda há dias estivemos, eu e um jornalista....".
- "O Fernando Alves..." atalhei.
-" Isso...ainda há dias estivemos a falar de si..."
E eu com o livro na pasta, sem me ocorrer pedir-lhe um autógrafo.
Havia alguém à espera do José, Luandino Vieira, às vezes... e lá nos despedimos. Ainda lhe disse: "também sou amigo do seu irmão, com quem fiz grandes jogos de Hóquei em patins".
Este foi o segundo momento especial da minha ida ao Porto. O outro está contado no post abaixo.
Para um único dia não foi mau. Tenho que ir mais vezes ao Porto.
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