sexta-feira, dezembro 08, 2006

O General

Um dia destes, à noite - uma vez sem exemplo - vi um debate naquele programa "Prós e Contras". Escrevo hoje sobre ele por várias razões. A principal fica para o fim.

Percebi muito bem as inquietações dos militares. Não percebi os despautérios daquele politólogo cujo nome me esqueci ( e não creio que valha a pena esforçar-me por o nomear), mas que me parecia o António Guterres disfarçado de rato.

O dr. Proença de Carvalho, como sempre, estava ali para não se comprometer.

O General Loureiro dos Santos compromete-se um passo à frente, recua dois e volta a atacar em passo mais comprido.

O Almirante Vieira Matias, apesar da prudência, aventurou-se em campos mais abertos, habituado às perspectivas mais rasgadas dos horizontes marítimos.

Da intervenção destes eleitos pela Fátima , cujos critérios nunca têm uma explicação plausível - sempre podem estar escondidos debaixo de alguma coisa ou por de trás de uma qualquer parede - podemos concluir quer os militares portugueses continuam a ter classe, a saber o que querem e a perceber que estão a ser enganados.

Essa percepção é ainda mais clara, quando da plateia, assim como uma espécie de segunda escolha, surge o general da força aérea, Fernando Seabra, com um discurso firme, seguro, sem hesitações e sem gestos descabidos.

Fiquei a ver o programa porque me pareceu alguém conhecido e, de repente, naquele perfil sereno e firme, descobri o Fernando, filho da drª Lídia, minha professora de Física, e do Engº Seabra, que um dia me emprestou um avião para ir fazer um relato de futebol ao Luso.

O mesmo Fernando, sem tirar, nem pôr. Senti-me orgulhoso. Lembro-me das nossas conversas junto ao então Rádio Clube da Huíla, no Lubango, tenho muita saudade da drª Lídia, minha ouvinte atenta dos programas de música clássica e daqueles tempos em que discutíamos o que hoje já nenhum jovem imagina poder questionar. O Mundo era nosso.

Olha, Fernando, afinal o Mundo foi tomado por meia dúzia de ignorantes a a nós apenas nos resta cuidar dos netos ou esperar que eles apareçam. E ter Esperança no Renascimento do Bom Senso, na confiança das pessoas de bem. Não é ter Fé, porque isso nos conduz a um caminho sem saída e ainda acabamos nas garras de algum pastor alemão, daqueles que andaram a afiar as unhas durante muito tempo.

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