Nasceu no Bourkina Faso e deu ao Mundo lições de História de África. Era, de resto, o seu historiador mais escutado, mais respeitado e também aquele ácerca de quem havia maiores expectativas e até mesmo uma certa ansiedade.
Morreu Ki-Zerbo. E a notícia é-me transmitida, assim, brutalmente, no rodapé de um programa de informação sobre África, da chamada RTP África e, certamente, feito por quem de África conhece algumas marginais.
Exactamente o contrário do que defendia Zerbo, que classificava África como o wagon de mercadorias do combóio do desenvolvimento. À semelhança do sec. XVI, "sem identidade, nós", os africanos ,"somos um objecto da História, um instrumento utilizado pelos outros, um utensílio".
A notícia da sua morte, um dos maiores historiadores de toda a África, bem ficou a ilustrar esta sua definição do Continente que lhe fica a dever muito do pouco que o Mundo hoje conhece da sua História.
Bem que apetece gritar: Viva K-Zerbo... mas já de nada vale. Morreu...assim rezava um rodapé de um programa informativo chamado "Repórter África".
1 comentário:
Ki-Zerbo não morreu! Ele vive na memória e nos sentimentos daqueles que acreditam no futuro dos africanos e de seus descendentes na diáspora. Viva Ki-Zerbo! Sacie os corações apaixonados por justiça e pela sede de construção de sentidos para as histórias e as culturas dos africanos e seus descendentes no mundo.
Osvaldo Martins de Oliveira. Doutor em Antropologia Social e estudioso dos descendentes de africanos no Brasil.
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