O Jornal de Angola, na sua edição "online" de hoje, destaca na primeira página a intervenção do secretário geral do MPLA durante "o primeiro encontro dos comités de acção de Luanda do MPLA", Dino Matross.
Não consegui evitar um estremecimento, mesmo tendo feito uma leitura displicente do texto. De resto, para confirmar a impressão inicial tive mesmo que me esforçar para o ler todo, com a esperança de me ter enganado num primeiro momento.
Nada. Nenhum engano; mais de trinta anos depois, os dirigentes do MPLA - Dino Matross já o era em 1974 - não conseguiram mudar o discurso. As mesmas banalidades de sempre, ditas com as mesmas "palavras de ordem".
Não se vislumbra uma ideia política, a indicação de um objectivo concreto, de um caminho limpo a seguir.
O jornalista que escreve o texto é, claramente militante. Ele próprio ajuda à festa da banalidade: "Dino Matross apontou as grandiosas tarefas da consolidação dos resultados alcançados com a conclusão da primeira fase do processo de reorganização das estruturas do MPLA".
E mais à frente; "João Paulo referiu que coloca-se agora a tarefa de adequar a mensagem política do MPLA ao imperativo de responder, de forma clara, objectiva e oportuna, às necessidades, inquietações e anseios das populações e de agir no sentido de resolver os problemas fundamentais".
Meu Deus!
Se estas palavras tivessem a capacidade de resolver alguma coisa, Angola já estaria a ocupar a posição que lhe compete em África e no Mundo.
O pior é que os protagonistas continuam os mesmos e os problemas do povo muito semelhantes, muito embora se vá falando num crescimento encómico espantoso no país. E os resultados estão a beneficiar quem?
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