Toda a África se movimenta hoje segundo esquemas de organização capitalista. As ideias do socialismo, do comunismo e outras, desapareceram. Os Estados africanos aderiram clara e notoriamente à ideia das leis do mercado, a que, em muitos casos - eu diria, na maioria - sobrepoêm a lei dos mais fortes, dos mais influentes, dos homens que, dominando o aparelho de estado, dominam os negócios e atropelam todas as regras, esquecem todas as leis.
Muitos deles fizeram a marcha da libertação, da conquista da Independência, servindo-se de ideias generosas de igualdade, fraternidade, "a terra a quem a trabalha", eu sei lá, coisas que Marx escreveu, Lenine adulterou e Staline amachucou.
Todavia, essas ideias deram para reunir gente, construir grupos de lutadores, levar a bom termo guerras contra os ocupantes que" só praticavam injustiças".
As regras do capitalismo, tal como ele nasceu, estavam, todavia, sujeitas a a uma ética muito escrupulosa, muito rígida, baseada nos princípios dos cristãos protestantes, para quem a palavra dada era um contrato assinado.
Estes princípios passaram ao lado da maioria dos homens que, entretanto, foram aparecendo a dirigir os novos estados africanos e a substituir as velhas ideias generosas de igualdade, fraternidade e outras "balelas" pela do lucro.
Pior ainda: comportam-se como se a palavra compromisso não existisse, como se os contratos assinados de nada valessem. O que conta são eles, os seus projectos, mesmo que não sejam pessoais. Quando precisam de alguma coisa concordam com todos os compromissos, quando deixam de precisar esquecem e nem aparecem.
Este não é um bom caminho. Este comportamento será a ruina de ÁFRICA, sobretudo se alguns dos Estados que até aqui constituiam a grande excepção, adoptarem a regra geral que é a de não pagar os compromisos assumidos.
1 comentário:
concordo com tudo o que escreveste. espero que o tempo dê sabedoria a esses tipos, ou aos filhos deles, para que o futuro dos africanos possa ser melhor do que se perspectiva.
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