Quem acompanha desde o início este blog sabe que ele nasceu de um desafio do Fernando Alves numa altura em que eu, cansado de ouvir gente a falar de um jornal que havia fundado e dirigido há anos, resolvi contar a história do "África" no "Romeiro".
Quem me desafiou à criação de um blog em que se falasse de outras Áfricas sabia que eu não lhe resistiria e lá vou dando a minha colaboração, tanto quanto o tempo deixa.
Comigo, além do Fernando, trouxe o António Gonçalves, que foi um dos chefes de redacção
do "África", mas, sobretudo, foi o esteio em que o Notícia, a mais importante revista que se publicou em espaço dominado pela língua portuguesa, até 1974, se apoiou durante muito tempo. António Gonçalves, Sousa Oliveira e outros pseudónimos que ele usou, foram colegas de Herberto Helder, José Sebag e outros.
O António tem um património pesssoal vivido na profissão de jornalista absolutamente inigualável e tem-nos brindado, no seu jeito sarcástico, único, com a narrativa de alguns episódios importantes também para a História de Portugal, também para a História de Angola.
Mas, o António não se propõe fazer História - ele apenas contas estórias. Que podem ser, evidentemente, pistas para quem quer fazer História. E algumas delas são muito fáceis de seguir.
O Carlos Pacheco - que há mais de um ano me pediu informações sobre determinadas circunstâncias, um pedido que satisfiz na hora sem nunca ter recebido sequer a indicação de que tinha recebido a minha mensagem -vem agora quase como que exigir ao António Gonçalves que seja mais claro.
O António saberá muito bem respoder a esta questão - felizmente ele não precisa de terceiros para o defender - , mas eu não posso deixar de dizer ao Carlos Pacheco que se porte como um verdadeiro historiador e siga as pistas de alguém que apenas quer voltar a fazer o que sempre fez com um enorme prazer : escrever.
Este blog segue as regras da deontologia profissional que sempre regeu a actividade profissional dos três jornalistas que o fazem, mas aqui, neste espaço, não temos patrão.
Desculpa, lá, António, mas os donos das nossas cabeças, dos nossos escritos, dos nossos sonhos...não cabem na nossa mesa. A propósito, agora, quando voltares de Paris ,vamos reunir o Conselho de Redacção naquela tasca, quase restaurante, lá para o Cais do Sodré. O Fernando fica, por esta via, convocado.
8 comentários:
Prezado Leston Bandeira,
Li surpreso a censura que me dirige.
Sinceramente não houve da minha parte na nota que escrevi ao António Gonçalves qualquer gesto de descortesia ou de apoucamento em relação ao trabalho que ele está a produzir. É um trabalho sobejamente meritório, como tive o cuidado de assinalar, e não é por acaso que o leio deleitado todos os dias, do mesmo modo que o faço com respeito a tudo quanto o Leston escreve. Apenas me limitei a fazer a sugestão que fiz, educadamente, parece-me, e não passou disso. Contudo, se o meu respeitoso conselho (para o qual pedi benevolência no final) teve o condão de ser mal interpretado a ponto de criar tanta crispação, penitencio-me pelo facto. Não está na minha índole ser impertinente ou soltar bravatas e muito menos me move a intenção de querer ser dono da cabeça de quem quer que seja. Tenho o mais absoluto respeito pelo que cada um faz, pensa ou escreve, e mesmo quando por vezes sou acometido por críticas injustas (e algumas até indecorosas), sei responder serenamente, sem deixar de me ater somente à esfera das ideias.
Em suma: não conheço pessoalmente o António Gonçalves, mas é verdade que desde a primeira hora me afeiçoei às suas histórias e ao seu estilo cintilante.
Quanto ao reparo irritadiço que o Leston faz do meu gesto, que toma por malcriado, acusando-me de não ter agradecido as informações que me propiciou em tempos, realmente admito ter cometido uma falta. Não por leviandade, repare, mas pelo facto de me deslocar com frequência entre Lisboa e Rio de Janeiro, onde vivo também, o que terá provocado talvez a minha desatenção, sem excluir outros factores não menos ponderosos. Lamento e peço desculpa, estava convencido que lhe havia respondido.
Com o maior apreço,
Carlos Pacheco
Caro Carlos Pacheco,
Não nos conhecemos pessoalmente, isto é, ceio que nunca trocámos mais do que duas ou três palavras de saudação. É pena, porque o conhecimento pessoal leva ao entendimetno de certas reacções. Os meus amigos sabem que, mesmo quando pareço agressivo na escrita, não tenho a intenção de magoar. O meu texto sobre o seu comentário resulta do grande apreço que tenho pelo António e por um certo desgosto de ainda não ter havido ninguém que percebesse que ele trasnporta uma biblioteca com informação que pouca gente tem. Mais: nós, os interessados, seja de que modo for, por Angola e as suas relações com Portugal, só lhe podemos estar gratos por ele, de vez em quando, fazer rewind e nos presentear com verdadeiras pérolas de informação.
Gostava que soubesse que aprecio o seu trabalho e que, por isso, me apressei, não só a colocar-me do seu lado como a prestar-lhe as informações que me pediu. Nessa altura eu estava no Sul da Polónia.
Um abraço
Qual é a trato que você tem para sabotar as memorias do fundador do mpla ,Dr hugo josé azancot de Menezes falecido ha 8 anos.
Sera que você ja foi comprado por Luanda para atrasar o lançamento das memorias deste nacionalista ou esta a entregar conteudos dessa memoria aos outros curiosos da sua laia sabotando-o.
Qual é a trato que você tem para sabotar as memorias do fundador do mpla ,Dr hugo josé azancot de Menezes falecido ha 8 anos.
Sera que você ja foi comprado por Luanda para atrasar o lançamento das memorias deste nacionalista ou esta a entregar conteudos dessa memoria aos outros curiosos da sua laia sabotando-o.
OPINIÃO A CERCA DO LIVRO “ O HOMEM E O MITO “ VIRIATO DA CRUZ.
O historiador Carlos Pacheco demonstra uma certa frieza pelo facto do DR Hugo José Azancot de Menezes ( um dos fundadores do M.P.L.A.) não ter aderido na altura da crise do MPLA ou seja não se ter aliado ao Viriato da Cruz.
Com a emergência de um novo governo hostil ao MPLA e a sua expulsão de Kinshasa todos quadros do MPLA tiveram que abandonar este país.
Julgo o que mágoa do DR Carlos Pacheco foi o facto do DR Hugo José Azancot de Menezes não se ter aliado a sua pessoa e posteriormente alternativamente seguido o percurso mais consensual ,do DR Agostinho Neto.
Pois não sei quem seriam os verdadeiros e grandes aliados do Viriato da Cruz.
O facto do Carlos Pacheco deter as memórias do DR Hugo de Menezes há quase 8 anos e não os publicar alegando justificações pouco plausíveis reafirmam a tendência pela corrente do Viriato.
Pergunto hoje com que corrente políticas vigentes em Angola as teses do Viriato se coadunam ?
Efectivamente quantas correntes políticas actualmente se digladiam em Angola?
Em qual dos terrenos mais férteis culturalmente, socialmente e financeiramente elas vingariam?
No livro do Viriato da Cruz denominado “ O HOMEM E O MITO” DR Edmundo Rocha relata o afastamento do MARIO DE ANDRADE, HUGO DE MENEZES e outros interpretando como traição ao Viriato.
Mesmo que qualitativamente a criatividade do Viriato fosse de longe tão evidente e superior aos seus correligionários maioritariamente sensíveis e politicamente atentos e bem formados não perfaziam uma soma desequilibrante.
Será que as teses do Viriato a luz da actualidade ou nova globalização seriam consentâneas com as novas democracias emergentes?
Ou se caso contrario a sua prática vingasse qual seria o desfecho político até aos nossos dias?
Será que existe actualmente uma continuidade ideológica entretanto travada por outras utopias?
O EDMUNDO ROCHA ESQUECEU DE DIZER QUE O VIRIATO DA CRUZ FOI O PRIMEIRO CONSELHEIRO MILITAR DO SAVIMBI QUANDO ELE SE DESLOCOU A CHINA E PRECISAMENTE FOI O VIRIATO DA CRUZ QUE TERÁ ORIENTADO O SAVIMBI NA AQUIZIÇÃO DE ARMAMENTO
Caro Sr. Carlos Pacheco, no seu ultimo livro o sr. cometeu troca de nomes de pessoas. Nomeadamente o Siliveli e o Rui de Matos não são a mesma pessoa. Favor corrigir isso uma vez que acusa pessoas desnecessariamente. Obrigado
Sr. Carlos Pacheco,
Boa tarde,
Com efeito e com relação ao ditador António Aguistinho Neto que manipulou a opinião africana, na que estava prevista a discussão sobre o futuro de Cabinda no Uganda, A luz de acontecimentos em Memórias, sería evidente esclarecer o conhecimento público "angolano" o real contraste das personagens ditos leaderes que assumiram os destinos de "Angola" e de "angolanos"
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