sábado, março 08, 2008

Miguel Lemos


Hoje, logo pela manhã, o telefone trouxe-me a notícia: morreu o Miguel Lemos. A morte é sempe uma violência, mas, se inesperada e de alguém que fez parte da nossa vida, é-o ainda mais. Eu e o Miguel Lemos conhecemo-nos, fomos e éramos amigos, travámos lutas políticas juntos. Tínhamos divergências. Algumas delas exprimia-as aqui neste blogue. Perante o seu passamento fica apenas a saudade , a recordação de um companheiro e a tristeza por uma parte da minha vida ter ficado mais pobre.

9 comentários:

Anónimo disse...

O Lseston Bandeira aqui há tempos disse do falecido Miguel Lemos um pouco do que disse Maomé do toucinho. Agora não encontro esse texto. Foi retirado?

Anónimo disse...

É verdade... Não se percebe a razão do "apagamento" do post anterior. Porque será?...

Anónimo disse...

Provavelmente uma forma acéfala tão típica dos cobardes.

Anónimo disse...

não é cobardia, é respeito...

Anónimo disse...

Aquilo que se conhecia do Miguel era nada. Raros foram os seres que conheceram o Miguel. O Miguel era um mar de mundo. Tão fundo e inimaginável. Morreu secreto. Como viveu secreto. Apenas isso. Os cargos, as posições tomadas? Em que fantasia vive o mundo do poder, das pressões, da política, dos estatutos, das hierarquias, dos lobbies. O Miguel partiu para a paz e todos nós ficamos no mundo de inferno.

Anónimo disse...

O respeito pratica-se sobretudo junto dos vivos, assumindo o que deles se disse. Assim e agora é fácil falar de respeito.

Anónimo disse...

"Aquilo que se conhecia do Miguel era nada".
"Morreu secreto. Como viveu secreto. Apenas isso".

Não resisto a citar quem sobre ele escreveu estas linhas e mostra "conhecê-lo" tão bem...
Tratemos de deixar o Miguel finalmente em paz. Desejar que, se possível, não tenha sequer percebido o que (lhe)estava a acontecer, é a única coisa que me ocorre. Morreu secreto tal como viveu! Pelo menos na morte, não lhe faltou coerencia!

O Leston, no tal "post" que retirou, desancou no Miguel. Nada de mal viria ao mundo se ele não tem morrido tão súbita e inadvertidamente. Retirar o "post" era a única coisa que lhe restava fazer.

Uma coisa é a divergência e o combate entre vivos, outra radicalmente diferente, é manter uma polémica entre vivos que presista após o desaparecimento do protagonista principal e razão de ser da polémica...
É caso para dizer:
Haja pudor!
Por mim é respeito e pronto. Nada mais havia a fazer

Já aqui disse que estava profundamente agradecido ao Miguel pelo que fez pelo Ricardo Fonseca.É com esse sentimento de gratidão que me fico.
E também a imagem dele na Huila, em 74 sentado ao meu lado no telhado do Rádio Clube com 2 das AK's roubadas aos "intelectuais da residencia universitária" a fazer segurança (que segurança???)à "posse " mais que frágil da rádio...e eu a dizer-lhe. Miguel, estava longe de imaginar que nos veríamos numa situação destas, mas olha que aqui, agora e nesta posição somos um alvo do caraças.

Descansa em paz, Miguel


Pedro

Anónimo disse...

Ainda bem que alguém entende a profundidade daquilo que escrevi que é a profundidade do Miguel. O Miguel tinha um mundo secreto, íntimo, intenso. A maior parte dos senhores que aqui escrevem e falam do Miguel, fazem-no ignorando tudo. Não sabem o que é a felicidade. Desconhecem a sensibilidade e o que é realmente importante na vida.O Miguel estava num estádio superior, vivia feliz nos rituais que praticava no dia-a-dia, nas coisas simples, belas que fazia intensamente com quem amava e com quem, de facto, partilhava a vida. A verdadeira vida. O Miguel era apenas um viajante do mundo interior e exterior, viajando apenas com quem desejava. Sonhava apenas com quem queria. O resto era um resto ínfimo como todos os restos, sem qualquer importância. Sim, querido Miguel, estás em paz e eu seguirei o teu caminho, o nosso caminho, estarás sempre ao meu lado, estarás sempre comigo e eu contigo... e enquanto pensar em ti o mundo do inferno situar-se-á, pelo menos, mais longe, o mundo de inferno em que todos vivemos...

Anónimo disse...

O meu pai era um homem como haverá poucos, e o que me deixou é de uma beleza indizível. Ao meu melhor amigo,

Ana Rute Loureiro de Lemos