quarta-feira, agosto 29, 2007

Mário Pinto de Andrade


Organizando fotografias, lendo o que foi sendo escrito no jornal "Africa", deparo, invetivalmente, com recordações, algumas das quais me fazem sentir saudades de algumas pessoas. É o caso do Mário Pinto de Andrade, falecido já há mais de 17 anos.
Conheci este "intelectual africano", como gostava de ser designado - detestava que o classificassem como político - na Guiné Bissau. Era ele ministro da cultura do governo de Luís Cabral. E a verdade é que o sector da cultura estava bem entregue, sempre muito movimentado, com iniciativas que davam a Bissau uma existência no campo da cultura que muito poucas outras capitais africanas teriam naquela altura. Foi na Guiné Bissau, durante este mandato de Pinto de Andrade que tive a oportunidade de assitir a alguns filmes que nem sequer passaram por Lisboa.
Mais tarde, depois do golpe de Novembro de 80, que o levou a desligar-se de Bissau e a procurar Cabo Verde, passámos algumas horas a conversar, sobre a actualidade africana e, muito particularmente, Angola.
Perguntava-lhe eu: "...então, Mário, quando é que temos a História que está por fazer do movimento de libertação...?
Respondia-me ele, com aquele sorriso matreiro e a voz um pouco nasalada: "...sabes como é que começou a Revolta Activa...? Sabes?... foi quando um miúdo, como tu, veio com essa mesma conversa: "... então, mais velho, quando é que nós sabemos a verdade histórica...quando é que esses documentos nos dizem o que esteve e o que está mal...? O resultado foi o que se viu.
A posição dele não era a de um espectador, relativamente a Angola, embora a sua preocupação fosse muito mais ampla, à escala de toda a África.
Escrevia de vez em quando para o África, cuja redacção o entrevistou por diversas vezes. Lembro, por exemplo, uma entrevista que me deu no Mindelo, a propósito das comemorações dos 50 anos da Revista Claridade e em que ele falava da esperança de que o caminho seguido pelas autoridades da Praia fosse seguido, em primeiro lugar, por todos os outros quatro de Língua Portuguesa e, logo de seguida, pelos países da África Ocidental.
De resto, alguns dias depois da conversa, tida no quintal do Hotel 5 de Julho para que ele não desperdissasse uma oportunidade de apanhar Sol, ele seguiria para Dakar, onde, com Maria do Céu Carmo Reis ( outra angolana que não vivia na sua terra), Samir Amin, Houtounndji Benin e outros, iria participar no "Forum do Terceiro Mundo" e onde seria debatida "a dimensão cultural do Desenvolvimento em África".
A sua opinião era estudada com respeito e funcionava, muitas vezes, como conselheiro especial, por exemplo, do Presidente Aristides Pereira.
Se havia alguém que conhecia profundamente as várias peripécias do movimento global de libertação dos Cinco era o Mário Pinto de Andrade, que, de vez em quando, gostava de contar algumas estórias.
Por exemplo,nos primeiros tempos da organização do MPLA, que contava com o apoio activo da Argélia, ele saía, muitas vezes do gabinete de Ben Bella, o então presidente daquele país do Magrebe, com um monte de notas de dólar embrulhadas em jornal.
Foi pena que tivesse insistido na ideia de que a sua visão das coisas, desde o começo, a ser divulgada, não ajudaria muito a solucionar os problemas ,que eram muitos.
A sua última posição política relativamente a Angola era a de que, no interior das forças políticas e da sociedade civil angolanas se encontraria gente para procurar e concretizar um consenso para uma solução. Ao lembrar hoje o Mário Pinto de Andrade, o amigo e o africano de grande valor, não posso deixar de lamentar que o tempo não o tivesse deixado escrever tudo quanto sabia.

29 comentários:

Anónimo disse...

Tarda em aparecer em livro, o que pensavam figuras como esta, Luis Cabral, Vasco Cabral, Amilcar, Lucio Lara, Luandino Vieira, etc., o que pensavam, qual seria o papel deles na independência das colónias portuguesas...alem, claro, do anticolonialismo e antisalazarismo...digo na independência. Ou será que não pensariam em nenhum papel especial para eles? O Luis ainda chegou a presidente...mas tão pouquinho!

Anónimo disse...

O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES

Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.

Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário.
Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias.
Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola).
A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa.
Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré.
Ainda em 1959 funda o movimento de libertação dos territórios sob a dominação Portuguesa.
Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos.
De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.

Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eugénia Cruz , Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Conceição Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo José Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro núcleo da OMA ( fundada a organização das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Conceição Boavida ( esposa do Dr Américo Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de São Tomé e Príncipe).
A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Miguéis .


Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola).
Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA .
De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.

A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldville ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).

Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês.
Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da rádio GHANA para emissões em língua portuguesa.

Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.

Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.

Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.

Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo.
Em 1967 Dr Hugo José Azancot parte com esposa para a república popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e dão apoio aos guerrilheiros das bases em especial á Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congolês para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remuneração.

Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.

Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.

Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.

Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).

Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .

Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.

Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático).
Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.

A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia Angolana.

Anónimo disse...

É importante falar -se ,do novo folgo que se queira dar, da contestação própria legítima fruto dos graves erros ainda não corrigidos e da esperança que se queira transmitir através de um novo simbolismo e dimensão que alguns substitutos bem representados pretenderam dar de forma obscura silenciando alguns aspectos fundamentais para proveito próprio.
O MPLA de Conacry com o seu protagonismo e simbolismo genuíno e verdadeiramente libertador ,com a conquista da paz ou seja com o calar das armas e a tentativa de harmonização das mentes justiceiras ,cheias de rancor, injustiças e razões legítimas muitas verdades terão que ser esclarecidas e biografias publicadas até as eleições.
Muitos homens nacionalistas, referindo-me teimosamente a dinâmica da luta de libertação que muitos historiadores contemporâneos comprometidos com objectivos definidos com alguns lobbys pretendem a todo custo cumprir antigos objectivos e pretensões frustradas, nem por isso têm que explorar de forma subtil e aproveitar os velhos conflitos partidários para introduzir percursos estranhos.
O momento crítico e de viragem política que acham e querem provocar entre o MPLA do passado aparentemente dividido e fragilizado ,empobrecido ,mutilado e que está a ser implementada de forma rápida e nunca bem esclarecida por historiadores contemporâneos fazendo um jogo suave de transferência de dados para outros livros como estratégia que estão saindo não com o intuito de preservar o corrigir o simbolismo, Mas tentar acelerar a cisão e explorar inteligentemente de forma maquiavélica a favor de alguns lobbys esfomeados das velhas pretensões inacabadas e vigorosas.
Com a morte de alguns testemunhos e despersonalização de outros e fragmentação do nacionalismo originário sob novos argumentos do mundo globalizado querem parecer implementar as históricas viragens políticas quando as condições de base ainda não estão reunidas.
A espinha dorsal do MPLA (origem)nunca foi formalmente respeitado e reconhecido e sempre sujeita a mutilações por parte de ratazanas disfarçados em genuínos defensores.
De facto está eminente o enterro final do MPLA ( origem ) ainda acelerada por muitas expectativas não satisfeitas e muitas violações a integridade física.
Com as novas prioridades mercantilistas e falta de parâmetros e conduta política ,rápido se instaurou uma espécie de novo modo de sobrevivência que projecta o passado a semelhança caricaturando-o a moda da era dos dinossauros e transmitindo uma má imagem.
Alem de que, a factura da responsabilização do passado será maior pelo incumprimento dos mínimos padrões de sobrevivência pela miséria social, material e cultural.
A psicose da nova era e a incapacidade da sua incorporação natural reforça, subverte e penaliza as sociedades desestructuradas .
Por esta razão aumenta a dessensibilização e falta de credibilidade em relação ao passado.

Anónimo disse...

O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES

Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.

Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário.
Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias.
Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola).
A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa.
Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré.
Ainda em 1959 funda o movimento de libertação dos territórios sob a dominação Portuguesa.
Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos.
De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.

Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eugénia Cruz , Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Conceição Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo José Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro núcleo da OMA ( fundada a organização das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Conceição Boavida ( esposa do Dr Américo Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de São Tomé e Príncipe).
A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Miguéis .


Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola).
Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA .
De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.

A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldville ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).

Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês.
Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da rádio GHANA para emissões em língua portuguesa.

Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.

Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.

Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.

Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo.
Em 1967 Dr Hugo José Azancot parte com esposa para a república popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e dão apoio aos guerrilheiros das bases em especial á Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congolês para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remuneração.

Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.

Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.

Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.

Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).

Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .

Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.

Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático).
Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.

A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia Angolana.

Anónimo disse...

Conacry,10 de agosto de 1961 Ref. 383/21/61

Hugo Azancot de Menezes

Recebida aos 24/08/61


Caro Hugo

Estimamos que tu e a tua família tenham feito uma excelente viagem e que vocês todos gozem de boa saúde.

Diz-nos urgentemente de que necessitares aí. Estamos aqui para servir da melhor maneira.
1-Junto te envio copia de uma carta que o director do EXPRESSEN dirigiu ao bureau da CONCP.
Pelos vistos já estão a caminho de Léopoldville 3 toneladas de medicamentos, de medicamentos ,os quais se destinam a CVAAR.
Achamos que é muito importante reter a seguinte passagem da carta do director do EXPRESSEN: “ Nos remede sont a leur disposition, mais s`ils n`arrivent pas a Léo ces temps -ci les remede seront distribués aux infirmeries au long de la frontiere.

Se for possível ,é muito conveniente que te apresentes urgentemente ao M. Gosta Streiffert , coordenador em chefe da acção em favor dos refugiados angolanos no congo.

Os fins da tua visita ao Streiffert deverão ser os seguintes:

a) Garantir- lhe a próxima chegada ao Congo de mais dois médicos angolanos. ( Com efeito, o ministro da saúde deste país acaba de dizer ao Eduardo que ele pode partir quando ele quiser .Em face disso, é quase certo que o Eduardo e o Boavida partirão no próximo barco, ou mesmo antes, de avião.

b) Avisar ao Streiffer que os três médicos angolanos -
- Tu ,Boavida e Santos -,que estarão aí certamente antes da chegada dos medicamentos, estão prontos a entrar imediatamente em actividade com os medicamentos enviados da Suécia pelo EXPRESSEN.

c) Deixar boa impressão ao Streiffer . Para isso, recomendaremos -te um trato o mais diplomático possível e a maior circunspecção possível . É fundamental que, depois do teu encontro com o Streiffer , este não fique com a impressão de que a vossa actividade vai constituir uma espécie de concorrência as funções dele e a actividade da liga das sociedades da cruz vermelha para o Congo.
Pelo contrario.
d) Sondar , habitualmente , a opinião íntima do Streiffer sobre a vossa futura presença junto dos refugiados . Tentar saber se há influências, opostas a actividade da CVAAR , na pessoa do Streiffer e dos seus colegas.

e) Deixar em toda gente a convicção firme de que a actividade da CVAAR será humanitária e apolítica . Quero, no entanto, lembrar-te quee a melhor maneira de impor a ideia de que a CVAAR é apolítica não consiste em declarares que ela “ é apolítica”, mas sim em mostrares um interesse humano, médico, por todas as vítimas da guerra. Quero dizer: o apoliticismo da CVAAR será inculcado no espírito dessa gente de maneira indirecta: através das tuas atitudes e do teu interesse humano e de técnico pelos doentes vítimas dos acontecimentos de Angola.

Fala pouco e ouve muito. É pela bouca que morre o peixe.
f) É fundamental que, depois do Streiffer te conhecer , deixes neste indivíduo uma espécie de compromisso de consciência que o impeça de dar os medicamentos um outro destino diferente ,sem primeiramente te consultar.
2- O Aquino Bragança vai enviar-te de Rabat o original da carta do director do EXPRESSEN . Em caso de necessidade , essa carta poderá servir de tira-teimas sobre o destinatário dos medicamentos.
Tudo faremos para que dentro de dias o Eduardo e o Américo estejam aí.

3)- Diz-nos urgentemente se a War ON Wait já transferiu o dinheiro para aí. Tenho insistido com o CABRAL para que isso se realize o mais depressa possível . Mas achamos estranho que o CABRAL não tenha, até hoje, acusado a recepção da vossa carta para a WAR ON WAIT.

Achamos conveniente que, logo que chegues ao Congo , escrevas ao CABRAL informando-o de que já estas aí e que outros médicos chegarão dentro de dias .
Saúde para a tua família e para ti.
Coragem , bom trabalho e prudência!

P.S.- O original desta carta ,enviámo-la , nesta mesma data , à nossa caixa postal de Brazzaville.

VIRIATO DA CRUZ

Anónimo disse...

PARTIDO AFRICANO DA INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E CABO VERDE
Sede: Bissau
Conacry , 20 de Fevereiro de 965



Mr. Hugo MENEZES

P.O.BOX 1633

ACCRA (Ghana)


Caro amigo,

Em resposta à sua carta de 23 de Novembro último, temos a dizer-lhe o seguinte:

1º/ - A iniciativa da publicação, no Ghana, de um jornal em língua portuguesa, parece - nos digna do maior interesse, não podendo nos deixar de dar todo o apoio aos amigos que se dedicam à concretização dessa ideia;

2º/ - Nesse intuito, pensamos pôr, em breve, à vossa disposição, algum material escrito e fotográfico, expor -vos as nossas sugestões e enviar - vos a colaboração escrita que nos pedem;

3º/ - Dada que a sua carta nos chegou num período em que o nosso secretário geral se encontrava no interior do pais , de onde regressou apenas há alguns dias, não nos foi ainda possível enviar-lhe o artigo pedido para o primeiro número do jornal. Contamos, entretanto, poder fazê-lo brevemente.

Apresente as nossas melhores felicitações a todos quanto trabalhem para que o jornal seja em breve uma realidade.

Com os melhores votos, queiram receber as nossas

SAUDAÇÕES COMBATIVAS


VASCO CABRAL



SECRETARIAT GENERAL: B,P. 298 CONAKRY- REPUBLIQUE DE GUINÉE

Anónimo disse...

UMA CRÍTICA MUITO DURA AOS MÉTODOS DO MPLA

Ao saber da conversa ocorrida em Acra (Ghana), Lúcio Lara reagiu: « Os cubanos falam de mais»

HUGO AZANCOT DE MENEZES

Longe de mim a pretensão de ter feito história ou de escrevê-la.
Contudo, vivi factos que envolvem, também , outros protagonistas.
Alguns, figuras ilustres. Outros, gente humilde, sem nome e sem história, relacionados, apesar de tudo, com períodos inolvidáveis das nossas vidas.
Alguns destes factos , ainda que de fraca relevância, podem ter interesse, como « entrelinhas da História», para ajudar a compreender situações controversas.
Conheci Ernesto Che Guevara em Acra , em 1964, e comprometi - me a não publicar alguns temas abordados na entrevista que tive o privilégio de lhe fazer como « repórter» do jornal Faúlha.

Já se passaram mais de 30 anos. O contexto actual é outro.
Pela primeira vez os revelo, na certeza de que já não é o quebrar de um compromisso, nem a profanação de uma imagem que no
A entrevista realizou-se na residência do embaixador de Cuba em Acra , Armando Entralgo González, que nos distinguiu com a sua presença.
Ali estava Che…
A sua tez muito pálida contrastava com o verde - escuro da farda.
As botas negras, impecavelmente limpas.
Encontrei-o em plena crise de asma, Socorria - se , amiúde, de uma bomba de borracha.
Che Guevara , deus dos ateus, dos espoliados e dos explorados do terceiro mundo, deus da guerrilha, tinha na mão uma bomba, não para destruir mas para se tratar… de falta de ar. Aspirava as bombadas, dando sempre mostras de um grande auto -domínio.
Fora-me solicitado que submetesse o questionário à sua prévia apreciação - e assim o fiz.
Uma das questões dizia respeito à cultura da cana - de - açúcar em Cuba.
Como encarava ele a aparente contradição de combater teoricamente a monocultura - apanágio dos sistemas de exploração colonial e tão típica dos sistemas de exploração colonial e tão típica do subdesenvolvimento - ao mesmo tempo que fomentava, ao extremo, a cultura da cana e a produção de açúcar - mono -produto de que Cuba se tornaria, afinal, cada vez mais dependente?
Outro tema que nos preocupava, a nós , africanos, era o papel dos cidadãos cubanos de origem africana na revolução cubana e a fraca representação deles nos órgãos de direcção dos país e do partido, os quais tinham proscrito qualquer discriminação racial.
Não constituiria o comandante Juan D´Almeida - único afro - cubano na direcção do partido - uma excepção?
Entretanto, a crise de asma agudizava-se , o que nem a mim me dava o à - vontade requerido nem, obviamente, ao meu interlocutor a disposição necessária para o diálogo.
Insistiu para que eu o iniciasse. Ao responder - lhe que não me sentia á vontade para fazê-lo, em virtude de seu estado, disse - me em tom provocante e com certa ironia :« Vejo que você é um jornalista muito tímido.»

No mesmo tom lhe respondi, que não me tinha pronunciado como jornalista, mas como médico .« Comandante, as suas condições não lhe permitem dar qualquer entrevista», disse-lhe eu.
Olhando-me , meio surpreso e sempre irónico, replicou: « Companheiro, eu não falo como doente, também falo como médico.
Em meu entender, estou em condições de dar a entrevista.»
Mas a crise de asma não melhorava, tornando impossível o diálogo. Foi necessário adiá-lo.
Reencontrámo-nos dias depois. Estava, então, quase eufórico. Referindo-se á atitude dos cidadãos cubanos de origem africana, à sua fraca participação na revolução, disse não gostar de se referir á origem ou à raça dos homens.
Apenas à espécie humana, a cidadãos, a companheiros.
Manifestei-lhe a minha total concordância. «A verdade », disse-lhe eu, «é que a revolução cubana tinha suscitado em todos nós , africanos, uma enorme expectativa, muita esperança, pois que, pela primeira vez, assistia-mos a um processo revolucionário de cariz marxista, num país subdesenvolvido e eis - colonial , tendo, lado a lado, cidadãos de origem europeia e africana, e onde a discriminação racial tinha sido, e ainda era, tão notório.»
Cuba seria pois, para nós, africanos, um teste. Seguíamos atentamente a sua evolução e queríamos ver como seria resolvido este problema.
Muitos, em África, mostravam-se cépticos. Mais do que interesse, da nossa parte existia ansiedade.
Segundo Che Guevara , a população de origem africana, a principio, não participava no processo. Via-o com uma certa indiferença, como mais uma luta…
«deles». Mas a desconfiança estava a desaparecer, era cada vez maior a adesão, á medida que iam constatando que este processo era totalmente diferente daqueles que o precederam. Que era um processo para todos.
Che Guevara acabava de chegar do Congo - Brazzaville.Visitara as bases do MPLA em Cabinda (de facto, na zona fronteiriça Congo/ Brazzaville /Cabinda) .
Pedi - lhe que me desse as impressões da sua visita. Che não era um diplomata, mas um guerrilheiro, e foi directamente à questão:
« O MPLA tem ao seu dispor condições de luta excepcionais.
Quem nos dera a nós que, durante a guerrilha, em Cuba, tivéssemos algo comparável. Mas estas condições não estão a ser devidamente aproveitadas, exploradas …
O MPLA não luta, não procura o inimigo , não ataca…
O inimigo deve ser procurado, deve ser fustigado, deve ser perseguido, mesmo no banho. Agostinho Neto está a utilizar a luta armada apenas como mero instrumento de pressão política.»
Dei parte da conversa a Agostinho Neto. Não reagiu. Tal como a Lúcio Lara, que me respondeu:
« Os cubanos falam demais.»
Mas Che falava verdade. Durante vários anos, na minha qualidade de responsável dos serviços de assistência médica da 2º região político - militar do MPLA (Cabinda ) , fui disso testemunha a cada passo.
Aí e assim , como contestação a esta e outras situações idênticas, surgiria dentro do movimento, antes de Abril de 1974, a Revolta Activa.

Hugo José Azancot de Menezes foi médico. Foi um dos fundadores do MPLA

Anónimo disse...

Caro Hugo




Saúde para si e para a família. Nós por cá tudo normal excepto a complicação dos disparates dos amigos da Firma UPA- PDA que se pretendem grandes vítimas do nacionalismo angolano quando é certo sofrerem do nacionalismo de ricos…
Deves estar ao corrente de que provavelmente na 2ª quinzena de Setembro se deve realizar o congresso popular para modificações disciplinares no nosso movimento. Como todos os membros do comité Director devem assistir a ele, era e é máxima conveniência que respondesse ao telegrama que o MPLA te enviou confirmando a minha aceitação da proposta do presidente Nkrumah e tua a fim de eu ficar a trabalhar em Accra.

Convém que me responda se recebeu o telegrama e quando conta que eu possa aparecer aí, para também aqui se fazer um plano de trabalho de sorte a minha ausência mesmo inopinada não prejudique a boa marcha das coisas.
Recomendações da minha família à sua.
Abraço e saudações nacionalistas.
Ao seu dispor
Leo , 30/08/ 1962

José Domingos

Anónimo disse...

DOLISIE, 3 DE MAIO DE 1971



PREZADO CAMARADA MONSTRO,


Apenas algumas linhas para vos enviar as nossas melhores e fraternais saudações.
Muito grato ficamos pela sua carta - e não são estas curtas linhas que traço agora
que vão constituir uma resposta à mesma. Oportunamente , escrever -lhe-ei uma carta maior.
Creia que é meu desejo sincero que nos correspondamos. O filme feito aqui , quando da sua passagem por Dolisie , ainda não chegou. Estou muito admirado com este tempo de demora, pois que de costume recebemos os filmes depois de 2 a 3 semanas depois de tirados.
A camarada Salete envia - vos miutos cumprimentos; espero que a receita saia boa.
Por hoje é tudo. Aceite, prezado camarada,as minhas melhores saudações. Cumprimentos à camarada Luiza.


Hugo

(Hugo José Azancot de Menezes)

Anónimo disse...

JORNAL” REPÚBLICA”

FUNDADOR: DR. ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA,
DIRECTOR: CARVALHO DUARTE
DIRECTOR- ADJUNTO: ALFREDO GUISADO

DIÁRIO DA TARDE DE MAIOR CIRCULAÇÃO EM TODO PAÍS

CHEFE DE REDACÇÃO E EDITOR: ARTUR INEZ
TERÇA -FEIRA,10DE SETEMBRO DE 1957
ANO 47( 2ª SÉRIE) - Nº9598- PREÇO 1$00
APRESENTOU UMA GRAVURA COM OS PRESIDENTES DOS ORGÃOS DIRECTIVOS DA CASA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO:

HUGO MENEZES, DE S. TOMÉ,
CARLOS ERVEDOSA, DE ANGOLA,
FERNANDO VAZ, DE MOÇAMBIQUE.

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO BRAZZAVILLE,23 DE DEZEMBRO DE1965
DE ANGOLA
M.P.L.A.
TÉL. 49-15
B.P. 2353
HUGO DE MENEZES
P.O.BOX1633
BRAZZAVILLE ACCRA-GHANA

RÉPUBLIQUE DU CONGO
--------------------
DEPARTAMENTO DE : PRESIDÊNCIA






Caro camarada ,

Informamos que é necessário enviar novamente fotografias e todos os elementos
de identificação para o título de viagem.
Aproveitamos a oportunidade para
Desejar bom Ano Novo.

Saudações revolucionárias.

Vitoria ou morte

Pelo Comité Director

Agostinho Neto
- Presidente -






A Força Do M.P.L.A. ,RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS ( Conferência de quadros do M.P.L.A..- 3 a 10 de janeiro de 1964)


LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIENS QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L`INTERIEUR DU PAYS
( conférence des cadres du M.P.L.A.- 3 au 10 janvier 1964)

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO BRAZZAVILLE, 3 DE DEZEMBRODE1964
DE ANGOLA Mr. Dr. Hugo de Menezes
M.P.L.A. P. O..BOX 1633
ACCRA- GHANA
B.P. 2353
BRAZZAVILLE

RÉPUBLIQUE DU CONGO
-------------------

Departamento de : RELAÇÕES EXTERIORES
Ref. 1397/44/64


Caro compatriota,

Junto remetemos os documentos relativos a comissão dos três e do comité dos 9, encarregada de reexaminar o problema do nacionalismo Angolano na última conferência de chefe de Estados Africanos da O.U.A.
O RAPPORT da Comissão dos três , sendo confidencial não deverá ser divulgado. Enviamo-lo á título informativo pessoal,,permitindo - o a ter uma ideia exacta.


Saudações Revolucionárias

Pelo Comité Director

Agostinho Neto

Presidente




A FORÇA DO M.P.L.A, RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS ( Conferência de quadros do M.P.L.A,- 3 a 10 de janeiro de 1964).

FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIEN QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L ´INTERIEUR DU PAYS ( Conférence des cadres du M.P.L.A, - 3 au 10 janvier 1964)

Anónimo disse...

CONACRY ,Le 31 Aut 1959

Au Bureau Politique du Parti Democratique Guinéen


La lute pour la liberation de notre peuple a été combattue par la repression la plus barbare et jalousement cachée et dissimulée par les portugais, aux dépens d´ une censure sévère et d ´une menteuse campagne d´auto - propagande.
Mais les massacres méthodiquement organisés n´ont pas été capables de nous d´etourner de notre objectif ou de diminuer la foi et la toujours croissante participation des africains dans la bataille anti- colonialiste.
Le mouvement ANTI- COLONIALISTE (MAC) est une organization de lutte et de revendication de tous les peuples africains sous domination portugaises- de L´Angola , du Mozambique , de la Guinée , de L´Archipel de Cap Vert , des Îles de S. Thomé et Principe.
L´objectif suprême du Mac c´est l´independence et la rehabilitation de 11millions d´Africains d´une Afrique de 2 millions de kilomètres carrées.
Le Mac veut démasquer, devant les Africain, et les autres peuples épris de justice, les assassinats en masse dont été victimes les peuples africains, le regime esclavagiste, le regime de travail forcé en vigueur dans les territoires africains dominés par le Portugal et tout l´abject Systemme colonial Portuguais.
Le Mac appuiera tous les mouvement africains que se dirigent vers l´independence.
Le Mac estime trouver l´appui de tous les mouvement africains qui s´engagent dans la lutte anti- colonialiste.
En saluant le Parti Democratique Guinéen, le Mouvement Anti Colonialiste s´adresse à son Bureau Politique , dans l´espoir de voir bien aceptées les proposition qui lui sont formulées:

1- Qu´ils soit accordé au Mac la creation d´un bureau dans la Republique de Guinée.

2- Que soit concedé asile, dans la Republique de Guinée, aux membres du Mac qui en auront besoin.
3- Qu´il leur soit concedé le passeport Ginéen.
4- Qu´il soit permis au Mac l´utilization de la radio de la Republique de la Guinée.
5- Qu´il soit accordé , au Mac, un prêt, remboursable après la liberation.
6- Que soient controlées les activités, dans la Republique de Guinée, de ceux qui proviennent des territoires dominés par le Portugal.
7- Que des mesures urgentes soient prises dans le but d´incomber au gouvernement Portugais le massacre de 30 Africains, en Bissao, et que soient immediatement liberés les 250 Africains arrêtés en Guinée dite Portuguaise.


Pour le Mouvement Anti Colonialiste

Hugo de Menezes

Anónimo disse...

Conacry,10 de agosto de 1961 Ref. 383/21/61

Hugo Azancot de Menezes

Recebida aos 24/08/61


Caro Hugo

Estimamos que tu e a tua família tenham feito uma excelente viagem e que vocês todos gozem de boa saúde.

Diz-nos urgentemente de que necessitares aí. Estamos aqui para servir da melhor maneira.
1-Junto te envio copia de uma carta que o director do EXPRESSEN dirigiu ao bureau da CONCP.
Pelos vistos já estão a caminho de Léopoldville 3 toneladas de medicamentos, de medicamentos ,os quais se destinam a CVAAR.
Achamos que é muito importante reter a seguinte passagem da carta do director do EXPRESSEN: “ Nos remede sont a leur disposition, mais s`ils n`arrivent pas a Léo ces temps -ci les remede seront distribués aux infirmeries au long de la frontiere.

Se for possível ,é muito conveniente que te apresentes urgentemente ao M. Gosta Streiffert , coordenador em chefe da acção em favor dos refugiados angolanos no congo.

Os fins da tua visita ao Streiffert deverão ser os seguintes:

a) Garantir- lhe a próxima chegada ao Congo de mais dois médicos angolanos. ( Com efeito, o ministro da saúde deste país acaba de dizer ao Eduardo que ele pode partir quando ele quiser .Em face disso, é quase certo que o Eduardo e o Boavida partirão no próximo barco, ou mesmo antes, de avião.

b) Avisar ao Streiffer que os três médicos angolanos -
- Tu ,Boavida e Santos -,que estarão aí certamente antes da chegada dos medicamentos, estão prontos a entrar imediatamente em actividade com os medicamentos enviados da Suécia pelo EXPRESSEN.

c) Deixar boa impressão ao Streiffer . Para isso, recomendaremos -te um trato o mais diplomático possível e a maior circunspecção possível . É fundamental que, depois do teu encontro com o Streiffer , este não fique com a impressão de que a vossa actividade vai constituir uma espécie de concorrência as funções dele e a actividade da liga das sociedades da cruz vermelha para o Congo.
Pelo contrario.
d) Sondar , habitualmente , a opinião íntima do Streiffer sobre a vossa futura presença junto dos refugiados . Tentar saber se há influências, opostas a actividade da CVAAR , na pessoa do Streiffer e dos seus colegas.

e) Deixar em toda gente a convicção firme de que a actividade da CVAAR será humanitária e apolítica . Quero, no entanto, lembrar-te quee a melhor maneira de impor a ideia de que a CVAAR é apolítica não consiste em declarares que ela “ é apolítica”, mas sim em mostrares um interesse humano, médico, por todas as vítimas da guerra. Quero dizer: o apoliticismo da CVAAR será inculcado no espírito dessa gente de maneira indirecta: através das tuas atitudes e do teu interesse humano e de técnico pelos doentes vítimas dos acontecimentos de Angola.

Fala pouco e ouve muito. É pela bouca que morre o peixe.
f) É fundamental que, depois do Streiffer te conhecer , deixes neste indivíduo uma espécie de compromisso de consciência que o impeça de dar os medicamentos um outro destino diferente ,sem primeiramente te consultar.
2- O Aquino Bragança vai enviar-te de Rabat o original da carta do director do EXPRESSEN . Em caso de necessidade , essa carta poderá servir de tira-teimas sobre o destinatário dos medicamentos.
Tudo faremos para que dentro de dias o Eduardo e o Américo estejam aí.

3)- Diz-nos urgentemente se a War ON Wait já transferiu o dinheiro para aí. Tenho insistido com o CABRAL para que isso se realize o mais depressa possível . Mas achamos estranho que o CABRAL não tenha, até hoje, acusado a recepção da vossa carta para a WAR ON WAIT.

Achamos conveniente que, logo que chegues ao Congo , escrevas ao CABRAL informando-o de que já estas aí e que outros médicos chegarão dentro de dias .
Saúde para a tua família e para ti.
Coragem , bom trabalho e prudência!

P.S.- O original desta carta ,enviámo-la , nesta mesma data , à nossa caixa postal de Brazzaville.

VIRIATO DA CRUZ

Anónimo disse...

DOLISIE, 3 DE MAIO DE 1971



PREZADO CAMARADA MONSTRO,


Apenas algumas linhas para vos enviar as nossas melhores e fraternais saudações.
Muito grato ficamos pela sua carta - e não são estas curtas linhas que traço agora
que vão constituir uma resposta à mesma. Oportunamente , escrever -lhe-ei uma carta maior.
Creia que é meu desejo sincero que nos correspondamos. O filme feito aqui , quando da sua passagem por Dolisie , ainda não chegou. Estou muito admirado com este tempo de demora, pois que de costume recebemos os filmes depois de 2 a 3 semanas depois de tirados.
A camarada Salete envia - vos miutos cumprimentos; espero que a receita saia boa.
Por hoje é tudo. Aceite, prezado camarada,as minhas melhores saudações. Cumprimentos à camarada Luiza.


Hugo

(Hugo José Azancot de Menezes)

Anónimo disse...

Your Ref: GMH/ CR 200 GOWER STREET
OUR Ref: MWKC /JP/ N / 7a LONDON N W 1



Mr. G. M. HOUSER,
American Committee on Africa,
4 West 40th Street,
New York 18, N.Y.,
U.S.A.


Dear Mr. Houser,

Thank you very much for your letter of the 17th June, 1959.

Our Angola friend about whom Ms. Mboya talked with you when you met in America, is Dr Hugo Menezes who comes from Portuguese Angola, and we have been trying to send him to one of the Independent African countries so that he can be free to express himself. His present adress is as above,and we shall be grateful if you can give him all the assistance possible.

We are particulary glad to note that you are trying very hard to bring the Portuguese question before the United Nations. Dr Hugo Will be Very useful in this respect and i hope you will not hesitate to write to him.

Looking forward to hearing from you in the near future.



With best wishes,

Yours Sincerely,

M. W. KANYAMA CHIUME


Publicity secretary
Nyasaland African Congress

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO BRAZZAVILLE,23 DE DEZEMBRO DE1965
DE ANGOLA
M.P.L.A.
TÉL. 49-15
B.P. 2353
HUGO DE MENEZES
P.O.BOX1633
BRAZZAVILLE ACCRA-GHANA

RÉPUBLIQUE DU CONGO
--------------------
DEPARTAMENTO DE : PRESIDÊNCIA






Caro camarada ,

Informamos que é necessário enviar novamente fotografias e todos os elementos
de identificação para o título de viagem.
Aproveitamos a oportunidade para
Desejar bom Ano Novo.

Saudações revolucionárias.

Vitoria ou morte

Pelo Comité Director

Agostinho Neto
- Presidente -






A Força Do M.P.L.A. ,RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS ( Conferência de quadros do M.P.L.A..- 3 a 10 de janeiro de 1964)


LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIENS QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L`INTERIEUR DU PAYS
( conférence des cadres du M.P.L.A.- 3 au 10 janvier 1964)

Anónimo disse...

aafjyatPARTIDO AFRICANO DA INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E CABO VERDE
Sede: Bissau
Conacry , 20 de Fevereiro de 965



Mr. Hugo MENEZES

P.O.BOX 1633

ACCRA (Ghana)


Caro amigo,

Em resposta à sua carta de 23 de Novembro último, temos a dizer-lhe o seguinte:

1º/ - A iniciativa da publicação, no Ghana, de um jornal em língua portuguesa, parece - nos digna do maior interesse, não podendo nos deixar de dar todo o apoio aos amigos que se dedicam à concretização dessa ideia;

2º/ - Nesse intuito, pensamos pôr, em breve, à vossa disposição, algum material escrito e fotográfico, expor -vos as nossas sugestões e enviar - vos a colaboração escrita que nos pedem;

3º/ - Dada que a sua carta nos chegou num período em que o nosso secretário geral se encontrava no interior do pais , de onde regressou apenas há alguns dias, não nos foi ainda possível enviar-lhe o artigo pedido para o primeiro número do jornal. Contamos, entretanto, poder fazê-lo brevemente.

Apresente as nossas melhores felicitações a todos quanto trabalhem para que o jornal seja em breve uma realidade.

Com os melhores votos, queiram receber as nossas

SAUDAÇÕES COMBATIVAS


VASCO CABRAL



SECRETARIAT GENERAL: B,P. 298 CONAKRY- REPUBLIQUE DE GUINÉE

Anónimo disse...

DOCUMMENT D,UN DES FONDACTEUR DU M.P.L.A.
( DOCTEUR HUGO AZANCOT DE MENEZES)


Camarade PRESIDENT,

En attendant de te faire un rapport complet sur la conférence Africaine de Luanda ( Angola) organisée par L`organisation Internacional du travail ( O.I.T.), nous avons pensé utile de te communiquer ce document qui nous a permis de demasquer et de dénoncer lors des assises la honteuse politique anti- sociale du gouvernement Portuguais.

A l´ouverture de la conférence le 1er Décembre nous avons constaté qu´aucun Africain n´etait inclu dans la délégation Portuguaise. Le groupe ouvrier ne pouvait par conséqent avoir aucune information sur les conditions de vie et de travail des Angolais.

Nous avons forcé les barrages de police et nous avons pu entrer en contacte avec la population noire par des voies habituelles .
Il faut signaler ici que nous avions déjá deux adresses données à beaucoup de relations et même une certaine influence dans la jeunesse en Angola. Ceci nous a facilité énorm´ment les prises de contact et c´est par cette voie que nous avons obtenus d´un groupe de travailleurs noirs, et métis ce document complet.

Nous pensons que notre délégation à L´O.N.U pourra utiliser ces tensionamento authentiques.

Les procès verbaux de la réunion

La Revue de la presse Portugaise

Pendant la session, nos interventions suivront ultérieurement.


LE CHEF DE LA DELEGATION OUVRIERE



DIALLO SEYDOU

SECRETAIRE GENERAL DE L´ U.G.T.A.N.

Anónimo disse...

Your Ref: GMH/ Cr
Our Ref: MWKC/ JP/ N/7a

Mr. G . M. HOUSER,
AMERICAN COMMITTEE ON AFRICA,
4 WEST 40TH STREET,
NEW YORK 18, N.Y.,
U.S.A.



Dear Mr. Houser,
Thank you very much for your letter of the 17th june, 1959.

Our Angola friend about Whom Mr. Mboya talked with you
When you met in America, is Dr HUGO MENEZES who
Comes from portugese Angola, and we have been trying to
one of the independent African countries so that he can be
free to express himself.´His present adress is as above, and we
Shall be grateful if you can give him all the assistance possible.
We are particularly glad to note that you are trying very hard to
bring the portugese question before the United Nations.
Dr Hugo will be very useful in thisrespect and i hope you will
not hesitate to write to him.
Looking forward to hearing from you in the near future.


With best wishes,
Yours sincerely,

M. W. KANYAMA CHIUME
PUBLICITY SECRETARY
NYASALAND AFRICAN
CONGRESS

Anónimo disse...

Your Ref: GMH/ CR 200 GOWER STREET
OUR Ref: MWKC /JP/ N / 7a LONDON N W 1



Mr. G. M. HOUSER,
American Committee on Africa,
4 West 40th Street,
New York 18, N.Y.,
U.S.A.


Dear Mr. Houser,

Thank you very much for your letter of the 17th June, 1959.

Our Angola friend about whom Ms. Mboya talked with you when you met in America, is Dr Hugo Menezes who comes from Portuguese Angola, and we have been trying to send him to one of the Independent African countries so that he can be free to express himself. His present adress is as above,and we shall be grateful if you can give him all the assistance possible.

We are particulary glad to note that you are trying very hard to bring the Portuguese question before the United Nations. Dr Hugo Will be Very useful in this respect and i hope you will not hesitate to write to him.

Looking forward to hearing from you in the near future.



With best wishes,

Yours Sincerely,

M. W. KANYAMA CHIUME


Publicity secretary
Nyasaland African Congress

Anónimo disse...

MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO DA AFRICA SOB DOMINAÇÃO PORTUGUESA









CONAKRY






Convoca-se ao camarada HUGO DE MENEZES a comparecer na reunião legal que tera lugar em 26 do corrente pelas 15horas no BOURSE du travail sob a presidência do camarada , com a seguinte ordem da dia:






Conakry, 24 de março de 1960



O Secretário Geral


Luis da Silva

Anónimo disse...

( DOCUMENTAÇÃO PERTENCENTE AO ESPOLIO DE UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A., Dr Hugo José Azancot de Menezes e esposa , Maria de La Salete Guerra de Menezes ambos locutores da Radio Ghana).



RADIO GHANA

EXTERNAL SERVICE PROGRAMMES

NOVEMBER, 1962



“A true of voice of Africa helping us forward in the fight for emancipation, helping in the total emancipation and political union of African States ; a voice raised forever in the cause of peace and understanding between men and between the nations of the world”____Osagyefo Dr. Kwame Nkrumah, President of the Republic of Ghana.


The third regular conference of the Supreme Council of the joint African High Command of the Casablanca Powers which opened in Accra on September 27 ended on September 29, 1962 .In the picture above are the delegates for the conference with Osagyefo Dr. Kwame Nkrumah, President of the Republic of Ghana (sixth from left in the front row). The conference, opened by delegates from Guinea, Mali, the United Arab Republic, Morocco ,Algeria and Ghana. A spokesman of the command said that the atmosphere which prevailed through- out the discussions was “ cordial and inviting”. The spokesman added that the delegates reaffirmed their determination
Pursue their work relentlessly and reiterated their determination pursue their work relentlessly and reterated their conviction that the joint African High Command had increased in strenger since Algeria`s independence as foreseen by the Casablanca charter. To mark the close of the sessions, the delegates tended a passing-out parade of cadets at the Military Academy at Teshie, near Accra , and afterwards visited the Tema Had our and the volta River Project dam at Akosombo. The Supreme Council agreed to hold its next conference in Algeria January 4,1963.

Anónimo disse...

( Correspondência do Dr França Van-Dúnem para O Dr Hugo José Azancot de Menezes um dos Fundadores do M.P.L.A. Sedeado em Ghana e a trabalhar na Rádio Ghana).

Utrecht,16 de Julho de 1965


Meu caro amigo

Começo por agradecer-lhe a gentileza que teve em escrever-me ,dando-me informes a cerca do lugar de locutor na rádio Ghana.

Estou interessado pelo lugar e já escrevi ao Director do Ghana Broadcasting Corporation nesse sentido.
Junto lhe envio uma cópia da carta em questão para que tome conhecimento do seu conteúdo . Gostaria de saber mais pormenores a cerca do lugar e se possível em que modalidade serei contratado. Tratar -se -a de um contrato assinado aqui ou devo esperar pela minha chegada aí para que isso se efective?

De qualquer maneira era necessário que eu soubesse para quando é o começo para que eu possa, com tempo , pedir a minha demissão do Instituto de Direito Internacional, onde trabalho.
Enviar-lhe-ei esta carta “ expresse” para que possa tomar nota do conteúdo da carta que enviei ao Director da Rádio Ghana.
Uma vez mais lhe agradeço por tudo o que possa fazer nesse sentido.

Saudações patrióticas

Fernando Van- Dúnem




PS. Acabo de receber a carta porque a sua caixa postal já está fechada. Espero que esta vez terei mais sorte .
Obrigado

França Van- Dúnem

Anónimo disse...

PARIS, 12 de Novembro de 1960
Meu caro Hugo:

Ciente de tudo quando me diz na sua carta de 5 do corrente quanto as demarches do meu processo, e agradeço - lhe de todo o coração toda a sua insistência junto dos Ministérios.


Serve esta para lhe informar que recebi a visita do Snr Adrean no dia 10 por volta do meio dia. Fez-me entrega da quantidade de 66.000 frs( sessenta e seis mil). Teve a amabilidade de me dizer que vinha fazer um estágio num dos hospitais aqui e me procuraria dentro de alguns dias pois seguia agora para fora de Paris .

Hoge às 10 horas recebi igualmente a visita do Snr. Jonhson Jean Ignas , que me fez entrega de uma carta sua datada de 6 do corrente, e 60 dollars USA , e de 3.200 Frs . Fanceses; e outra p/ o mesmo .

Trata-se igualmente de uma pessoa amável com quem tive o gosto de trocar algumas impressões.

Até este momento que lhe escrevo ( 11horas) seu irmão ainda não chegou a Paris . No dia 8 e 9 o nosso amigo M….. ,foi à Gare de Austerlitz esperar o comboio daquelas paragens a despeito de não ter recebido qualquer informação de Lisboa. Está tudo a postos para o recebermos e ajudar no que for preciso.

Despacharei por barco como me pede a mala que ele for portador.

Creio ser tudo por agora. Ficamos todos O.K. e com a crescente esperança de o abraçarmos em breve.


Do colega amigo e grato

Américo Boavida

Anónimo disse...

( DOCUMENTO PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES ,UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A.)

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA
(M.P.L.A.)
51.Avenue Tombeur de Tabora ,51
3.P. 720 - LEOPOLDVILLE

COMUNICADO A TODA ORGANIZAÇÃO DO M.P.L.A.


Nas condições particularmente difíceis em que decorre a revolução Angolana, o Congresso do M.P.L.A. Está impossibilitado de intervir normalmente na solução dos problemas da sua competência.

Para as condições anormais do presente , impõe-se um processo excepcional, salvaguardando -se porém todo respeito à competência do congresso para logo que as condições da nossa luta voltarem ao mínimo de normalidade.

O comité Director do M.P.L.A. Nas suas sessões de 13 , 21 e 22 de Maio de 1962, com a intenção única de fazer avançar a revolução com o máximo de eficácia e de segurança , decidiu - com plena responsabilidade de que dará conta ao próximo congresso - remodelar o comité Director do M.P.L.A..
O novo Comité Director do M.P.L.A. é assim constituído:

MARIO DE ANDRADE

MATIAS MIGEIS

HUGO DE MENEZES

LUIS DE AZEVEDO JUNIOR

GRAÇA DA SILVA TAVARES

DEOLINDA D`ALMEIDA

JOSÉ BERNARDO DOMINGOS

GEORGES MANTEYA DE FREITAS

VER. DOMINGOS FRANCISCO DASILVA

DESIDERIO DA GRAÇA

JOÃO VIERA LOPES

JOÃO GONÇALVES BENEDITO

JOSÉ MIGUEL
Mário de Andrade continua com as funções de Presidente do M.P.LA.
Matias Migueis passa a exercer as funções de vice - Presidente do M.P.L.A.
O posto de Secretario - Geral é substituído por um Secretário cuja composição é a seguinte:

Graça da Silva Tavares - 1º secretário

João Viera Lopes - 2º secretário

Desidério da Graça - 3º secretário


O novo Comité Director do M.P.L.A. Entra imediatamente em função.

Léopoldville ,25 de maio de 1962.




O COMITÉ DIRECTOR

Anónimo disse...

Por um acaso deparei com este blog e adorei! Adorei, não só pela sua natureza, como por nele ver escrito os nomes de alguns camaradas de quem tive o imenso prazer de ter sido companheiro da época. Casos como do Henrique Teles Carreira (General iko Carreira) andamos juntos desde a 1ª. classe até ao 7º.ano do Liceu então-Salvador Correia, o Mário *into de Andrade, meu colega no Colégio Portugal. A sua alcunha era "o Crâneo". Era tão inteligente que o nosso professor, snr. Quadrios Raposo, quando tinha de sair deixava o Mário a dar-nos as aulas.E muito mais coisas que me fazem saudades.... Obrigado pelo tempo que lhes tomei...

Anónimo disse...

(CARTA PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES,UM DOS FUNDADORES DO MPLA).

Ao Comité Director do M.P.L.A.

BRAZZAVILLE


Brazzaville,11 de Agosto de 1972


Prezados camaradas


Durante os últimos quatro anos, procurei dar a minha modesta
Contribuição à luta de libertação do povo Angolano ,como militante
Médico do MPLA. Mas a usura ( Física e sobretudo Psíquica ) provocada por estes quatro anos de permanência em DOLISIE, talvez de
Certo modo aliada aos 45anos que se aproximam , reduziram em muito a
Minha capacidade de luta e de trabalho; presentemente ,sinto-me incapaz
De dar ao MPLA toda a contribuição que a luta exige de um militante activo.
Continuando - Se a isso for autorizado pela Direcção do Movimento - como membro do MPLA, ao qual gostaria de poder dar uma contribuição
,ainda que ,de agora em diante limitada ,procurarei trabalhar como médico ,fora da organização ,retomando contactos de há muito perdidos com a medicina.

Queiram aceitar ,prezados camaradas ,as minhas melhores saudações.


HUGO DE MENEZES

Anónimo disse...

É ALTURA DE CONFEÇAREM A VERDADE E PUBLICAREM TUDO COM A DATA DA FUNDAÇÃO DO MPLA EM CONACRY E NOS ANOS 60.
TADA GENTE SABE QUE A MENTIRA DE 1956 FOI UMA COMBINA ENTRE OS FUNDADORES DE CONACRY POR RAZÕES DE PROXIMIDADE CRONOLÓGICA E REPERCUSSÕES POLÍTICAS E DIPLOMÁTICAS EM RELAÇÃO A FNLA.
MESMO COM A REPOSIÇÃO DA VERDADE ALGUNS LOBBYS INSISTEM EM PERPECTUAR A MENTIRA ,PUBLICANDO BIBLIOGRAFIAS SEM NEXO PARA UM CONSUMO INTERNO INDEFESO.
MAS FELIZMENTE COM A INTERNET E A GLOBALIZAÇÃO MUITA VERDADE FACTOS SE IRÃO REPOSICIONAR .
CONSULTAR FOTOGRAFIAS SOBRE A FUNDAÇÃO E FUNDADORES DO MPLA EM CONACRY NO SEGUINTE SITE:
WWW.HUGOMENEZES.NO.SAPO.PT