Não resisto a transcrever aqui um texto publicado no NOVO JORNAL de hoje, assinado pelo seu Director-Adjunto, GUSTAVO COSTA, e subordinado ao título "O PRIMEIRO MINISTRO E A FRAUDE EMPRESARIAL PÚBLICA. Por muitas razões: pela verdade retratada, pela acutilância do texto e também porque, de repente, me lembrei que um dia (já lá vão muitos anos), descobri num Conselho de gestão de uma empresa, cujo principal responsável era eu, um analfabeto que me havia sido imposto pela estrutura partidária...
Quando, aqui há umas semanas, questionei a «obesidade governamental», inquietavam-me também algumas «traquinices» daqueles que se auto-intitulando de gestores» de empresas públicas estão a tirar o sono tanto a economistas sérios, como a contribuintes igualmente sérios.
Depois de ter anunciado o saneamento das empresas públicas, o que o Primeiro-Ministro, Paulo Kassoma, terá agora de enfrentar, não são apenas essas «traquinices», mas a difícil caminhada que será necessário empreender para as sanear, de alto a baixo, devolver-lhes saúde financeira, insuflar-lhes capacidade de gestão, prepará-las para a concorrência, num mercado cada vez mais «feroz», e restituir-lhes dignidade moral e empresarial.
O Primeiro-Ministro terá também que promover a descentralização empresarial para criar pólos de desenvolvimento fora de Luanda e da restante orla marítima. Trata-se de uma «cesariana» que pode vir a traumatizar os progenitores de «crianças», que tendo sido momentaneamente «dopadas», encarnaram a força de «elefantes brancos» que, afinal, têm pés de barro e cabeça de tolos. E, de quem é, em parte, a esponsabilidade por essedesvario?
Desde logo, do Estado por se ter imposto no passado, de forma paternalista e demagógica,como o principal «guarda-chuva» de admissões e promoções populistas. Logo, esse mesmo Estado vai ter de assumir agora o despedimento de mão-de-obra excedentária e, na maior parte dos casos, desqualificada, que custa aos seus cofres todos os meses milhões de dólares.
Esse é um desafio inadiável e esperemos que não adormeça à cesta na retórica. Mais do que recomendável, é imperativo que a «purga» se estenda, sem excepção, a todas as empresas públicas e não apenas à TAAG. Essa é, de resto, uma condição essencial para dar o pontapé de saída à moralização de um dos pilares da nossa economia: as empresas.
Mas, sanear o pessoal excedentário dalguns desses «monstros» não é o único desafio que se coloca aos novos governantes, que agora as têm sob a sua tutela. Mais do que isso, será necessário introduzir uma nova e moderna cultura de gestão empresarial. Porquê? Porque há gente, há mais de vinte anos, à frente de empresas que não sabe sequer lavrar um ofício.
Há «gestores-economistas» que argumentam que a «raíz quadrada» nem sempre dá certo! Há ainda empresas que têm, proporcionalmente,tantos trabalhadores quantos «chefes». Há gente, nestas circunstâncias, que não prestando contas ao Estado, também não sabe como fazê-lo, porque nem sequer sabe calcular a taxa de juros de empréstimos contraídos pelas empresas que é suposto gerirem. Custa acreditar, mas a verdade é que «gestores» deste descalabro, sentem-se confortavelmente acomodados…Essa «fraude» nem sequer precisa de ser descodificada.
Os poros dos seus autores, desprovidos, na maior parte dos casos, da mais elementar noção de gestão, destilam má relação com o dinheiro, «ódio» pelas normas administrativas, esbanjamento de recursos e uma crónica incapacidade governativa. As empresas adormeceram à espera de decisões políticas, que nunca chegaram ao destino.
Vítimas de abusos de poder, a única coisa certa nelas é que, afinal, tudo ou quase tudo,estava errado! Resultado: mal educadas e, pior, habituadas ao proteccionismo do Estado, a deriva na maior parte delas é total!
Quem a provocou, como «gestor» público, não pode agora ser desculpado, mesmo porque, depois de ter endossado «cheques em branco» aos contribuintes, as desculpas não se pedem, antes evitam-se!
Agora, só há um caminho a seguir: que Deus nos livre rapidamente desses pseudo-gestores!
Eles que sejam substituídos por gente competente, gente que saiba perseguir a competitividade, a dignificação profissional e o lucro como o «soro» que há-de alimentar as veias da economia de Angola, fora da orlado petróleo e dos diamantes.
O Estado tem de os substituir porque nessas empresas tiveram a «gentileza» de fazer da capitulação profissional e do vazio ético, dois dos símbolos da decadência do seu «modelo» de gestão.
O que estas engravatadas criaturas demonstram saber fazer bem é ostentar fatos Armani,BMW X6, relógios «Rolex», cabelo cheio degel e forjar «viagens em serviço» ao exterior do país com fins turísticos…
Alguns deles, de mediocridade pavorosa, como diria Baptista Bastos, um dos maiores cronistas portugueses, não dão conta sequer de que, mais do que sofríveis, são doentiamente insignificantes! Não estão preocupados com a gestão empresarial mas apenas obcecados com o poder empresarial. Pensam que só sabem mandar. Acontece que, desgraçadamente,não sabem fazer nem uma coisa, nem outra!Não sabem mandar e, pior do que isso, muito menos pensar. E o que o país mais precisa, neste momento, é de gente que saiba pensar e gerir. Gente que saiba formular uma nova ideia de administração empresarial pública, com o concurso de jovens tecnocratas, ávidos por libertar novas competências e modernas técnicas de gestão ou mesmo com recurso a gestores expatriados.
Gente que saiba levar as empresas públicas a ganhar músculo e a perder gordura. Porque o que a experiência comprova hoje, é que, na maior parte delas – e a crítica aqui não deve ser confundida como uma defesa da sua privatização - já só resta a poeira de um império esquelético.
Agora há que projectar «fénix» para sanear primeiro e depois delinear uma nova filosofia de gestão para o sector empresarial público em Angola. Mas, sanear para quê?
Sanear para levantar o tapete, destapar a porcaria nele incrustada e sepultar «mitos».
Sanear para quê? Sanear para pôr ordem na maioria das empresas públicas, que estão
transformadas em autênticas agências «funerárias» de emprego.
Sanear para quê? Sanear para enterrar «cadáveres» que exalam um cheiro pestilento sobre um modelo de gestão miserável.
Sanear para quê? Sanear para «sepultar»também clientelas que se alimentam do tráfico
de influência e da corrupção.
Sanear para quê? Sanear para não sermos contaminados pelo vírus de pseudo-gestores que só sabem exibir incompetência, promover o nepotismo e, pasme-se!, auto-elogiar, em praça pública, a sua irresponsabilidade empresarial, expondo, sem quaisquer pudores, em museus de maus costumes, a arte do…desperdício, do roubo e da imoralidade…presarial pública…
Quando, aqui há umas semanas, questionei a «obesidade governamental», inquietavam-me também algumas «traquinices» daqueles que se auto-intitulando de gestores» de empresas públicas estão a tirar o sono tanto a economistas sérios, como a contribuintes igualmente sérios.
Depois de ter anunciado o saneamento das empresas públicas, o que o Primeiro-Ministro, Paulo Kassoma, terá agora de enfrentar, não são apenas essas «traquinices», mas a difícil caminhada que será necessário empreender para as sanear, de alto a baixo, devolver-lhes saúde financeira, insuflar-lhes capacidade de gestão, prepará-las para a concorrência, num mercado cada vez mais «feroz», e restituir-lhes dignidade moral e empresarial.
O Primeiro-Ministro terá também que promover a descentralização empresarial para criar pólos de desenvolvimento fora de Luanda e da restante orla marítima. Trata-se de uma «cesariana» que pode vir a traumatizar os progenitores de «crianças», que tendo sido momentaneamente «dopadas», encarnaram a força de «elefantes brancos» que, afinal, têm pés de barro e cabeça de tolos. E, de quem é, em parte, a esponsabilidade por essedesvario?
Desde logo, do Estado por se ter imposto no passado, de forma paternalista e demagógica,como o principal «guarda-chuva» de admissões e promoções populistas. Logo, esse mesmo Estado vai ter de assumir agora o despedimento de mão-de-obra excedentária e, na maior parte dos casos, desqualificada, que custa aos seus cofres todos os meses milhões de dólares.
Esse é um desafio inadiável e esperemos que não adormeça à cesta na retórica. Mais do que recomendável, é imperativo que a «purga» se estenda, sem excepção, a todas as empresas públicas e não apenas à TAAG. Essa é, de resto, uma condição essencial para dar o pontapé de saída à moralização de um dos pilares da nossa economia: as empresas.
Mas, sanear o pessoal excedentário dalguns desses «monstros» não é o único desafio que se coloca aos novos governantes, que agora as têm sob a sua tutela. Mais do que isso, será necessário introduzir uma nova e moderna cultura de gestão empresarial. Porquê? Porque há gente, há mais de vinte anos, à frente de empresas que não sabe sequer lavrar um ofício.
Há «gestores-economistas» que argumentam que a «raíz quadrada» nem sempre dá certo! Há ainda empresas que têm, proporcionalmente,tantos trabalhadores quantos «chefes». Há gente, nestas circunstâncias, que não prestando contas ao Estado, também não sabe como fazê-lo, porque nem sequer sabe calcular a taxa de juros de empréstimos contraídos pelas empresas que é suposto gerirem. Custa acreditar, mas a verdade é que «gestores» deste descalabro, sentem-se confortavelmente acomodados…Essa «fraude» nem sequer precisa de ser descodificada.
Os poros dos seus autores, desprovidos, na maior parte dos casos, da mais elementar noção de gestão, destilam má relação com o dinheiro, «ódio» pelas normas administrativas, esbanjamento de recursos e uma crónica incapacidade governativa. As empresas adormeceram à espera de decisões políticas, que nunca chegaram ao destino.
Vítimas de abusos de poder, a única coisa certa nelas é que, afinal, tudo ou quase tudo,estava errado! Resultado: mal educadas e, pior, habituadas ao proteccionismo do Estado, a deriva na maior parte delas é total!
Quem a provocou, como «gestor» público, não pode agora ser desculpado, mesmo porque, depois de ter endossado «cheques em branco» aos contribuintes, as desculpas não se pedem, antes evitam-se!
Agora, só há um caminho a seguir: que Deus nos livre rapidamente desses pseudo-gestores!
Eles que sejam substituídos por gente competente, gente que saiba perseguir a competitividade, a dignificação profissional e o lucro como o «soro» que há-de alimentar as veias da economia de Angola, fora da orlado petróleo e dos diamantes.
O Estado tem de os substituir porque nessas empresas tiveram a «gentileza» de fazer da capitulação profissional e do vazio ético, dois dos símbolos da decadência do seu «modelo» de gestão.
O que estas engravatadas criaturas demonstram saber fazer bem é ostentar fatos Armani,BMW X6, relógios «Rolex», cabelo cheio degel e forjar «viagens em serviço» ao exterior do país com fins turísticos…
Alguns deles, de mediocridade pavorosa, como diria Baptista Bastos, um dos maiores cronistas portugueses, não dão conta sequer de que, mais do que sofríveis, são doentiamente insignificantes! Não estão preocupados com a gestão empresarial mas apenas obcecados com o poder empresarial. Pensam que só sabem mandar. Acontece que, desgraçadamente,não sabem fazer nem uma coisa, nem outra!Não sabem mandar e, pior do que isso, muito menos pensar. E o que o país mais precisa, neste momento, é de gente que saiba pensar e gerir. Gente que saiba formular uma nova ideia de administração empresarial pública, com o concurso de jovens tecnocratas, ávidos por libertar novas competências e modernas técnicas de gestão ou mesmo com recurso a gestores expatriados.
Gente que saiba levar as empresas públicas a ganhar músculo e a perder gordura. Porque o que a experiência comprova hoje, é que, na maior parte delas – e a crítica aqui não deve ser confundida como uma defesa da sua privatização - já só resta a poeira de um império esquelético.
Agora há que projectar «fénix» para sanear primeiro e depois delinear uma nova filosofia de gestão para o sector empresarial público em Angola. Mas, sanear para quê?
Sanear para levantar o tapete, destapar a porcaria nele incrustada e sepultar «mitos».
Sanear para quê? Sanear para pôr ordem na maioria das empresas públicas, que estão
transformadas em autênticas agências «funerárias» de emprego.
Sanear para quê? Sanear para enterrar «cadáveres» que exalam um cheiro pestilento sobre um modelo de gestão miserável.
Sanear para quê? Sanear para «sepultar»também clientelas que se alimentam do tráfico
de influência e da corrupção.
Sanear para quê? Sanear para não sermos contaminados pelo vírus de pseudo-gestores que só sabem exibir incompetência, promover o nepotismo e, pasme-se!, auto-elogiar, em praça pública, a sua irresponsabilidade empresarial, expondo, sem quaisquer pudores, em museus de maus costumes, a arte do…desperdício, do roubo e da imoralidade…presarial pública…
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