domingo, novembro 19, 2006

DANTES E DEPOIS

Muitas vezes pior que dantes é o depois. Deve ser no entretanto que não se fez a agulha devida e o rumo perdeu-se. Uma pausa para reflectir - isso, isso! Mas o comboio do destino não espera, não. Os comboios são implacáveis e prometem sempre destinos cor de rosa. Quando se chega ao romper da aurora, não há taxis; e ao cair da noite o destino não tem nem a cor, nem o perfume que a viagem prometia!
É como as páginas coloridas, que não se lêem, das revistas, ou dos espaços televisivos, úteis para lavar as mãos: não constam do programa. Como o comboio do Bush, que saiu engalanado, com lotação esgotada, rumo ao dáká-isso e nunca mais lá chega.
Andei anos de zanga com um rei que deu o Ceilão a um tipo qualquer que casou com a filha. Nos tempos dos el-reis o Ceilão e as outras «províncias ultramarinas» não eram nossas, como eu o sujeito de Santa Comba gostavamos que fossem, eram deles, como eles demonstraram. Uns deram de uma maneira, outros de outros jeitos. Uns deram, outros largaram. Os que ficaram é que pagam, depois, as favas. Mude o que mudar, onde, quando e quanto, haverá sempre quem mande e quem pague as favas. Mesmo que seja do Benfica, ou que nem seja! Eu por aqui vou pagando mais e ganhando menos. Enquanto puder. Depois, oh! depois...ah!, depois, será enfim meu o reino dos céus...

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