Têm-me chegado notícias indicadoras de que há como que uma "febre" em volta das várias "histórias da Rádio Angolana. Acho muito bem que elas todas possam, um dia, ter contribuido para uma História o mais completa possível da Rádio Angolana. E nela, seguramente, terá de haver um lugar destacado para Sebastião Coelho.
Leonel Cosme publicou em Fevereiro de 2003 um texto que, com a devida vénia, aqui reproduzo, na certeza de estar a contribuir para o esclarecimento de algumas "febres" mais altas que por aí campeiam.
IN MEMORIAM DE SEBASTIÃO COELHO
SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DA RADIO ANGOLANA
Por LEONELCOSME
Ouvi falar de Sebastião Coelho, pela primeira vez, em 1951, quando ele foi contratado para chefiar a produção do Rádio Clube de Moçâmedes, facto memorável logo pela razão de ser o primeiro radialista (como então se dizia) natural de Angola que se tornava profissional da Rádio. Outros profissionais de nome feito na Metrópole já dirigiam a produção das emissoras assoctativas, como eram os Rádios Clubes - Santos e Sousa, Humberto de Mergulhão, Natália Bispo, Fernando Curado Ribeiro e Carlos Mendes, nomeadamente - em Luanda, Benguela, Nova Lisboa e Sá da Bandeira, mas acontecimento fora a contratação de um jovem radialista formado em Nova Lisboa, sob a "batuta" de dois nomes sonantes - Curado Ribeiro e sua "alter ego" Joana Campino, senhora de vasta cultura, licenciada em Letras e conhecida como declamadora de grande mérito. Neste papel a vi, ao lado de Sebastião Coelho, no festival promovido pelo Rádio Clube da Huila, enquadrado na realização do I Congresso da Rádio Angolana, em que participaram todos os chefes de produção das emissoras angolanas, para debaterem - o que ocorria pela primeira vez, desde o seu surgimento duas décadas atrás - os problemas "existenciais" dos Rádios Clubes, que de associações clubísticas tendiam a tornar-se em verdadeiras empresas, necessitadas de suporte financeiro para, através da publicidade e da comercialização dos seus programas, caminharem no sentido duma crescente profissionalização dos seus colaboradores eventuais e não reunerados.
Mas já havia quem pensasse que a Rádio (pela cobertura, em audiência, que fazia do território) poderia ser o mais importante meio de consciencialização cultural e (esta não explicitamente) política, pois atingia espaços públicos onde não chegava a imprensa.
Isto começou a ser visível em Luanda, a partir de 195 1, através de programas culturais do Rádio Clube de Angola, de Luanda, em que se fizeram ouvir as primeiras vozes de um assumido
Movimento dos Noyos Intelectuais de Angola (dinamizado por jovens poetas como António Jacinto, Leston Martins e Humberto da Silvan), que se propunha divulgar os novos valores da "poesia angolana", feita por "angolanos", como Viriato da Cruz (na época funcionário administrativo no Liceu de Sá da Bandeira, cidade académica que lhe inspiraria ainda um poema tão anódino como "Sá da Bandeira", que comparou com um pratinho de louça de Rouen...Cochat Osório, Ermelinda Xavier, Lília da Fonseca e Maurício Gomes, todos integrantes de uma colectânea mimeografada, que fez história, Antologia dos Novos Poetas de Angola, na qual participavam ainda aqueles "fundadores" do MNIA e que eram, também, os dinamizadores da
"revista" cultural da mesma Associação dos Naturais de Angola que" editara" a Antologia, igualmente histórica Mensagem.
Sebastião Coelho, à frente da emissora de Moçâmedes, dá guarida e colabora, em parceria com Leston Martins, então naquela cidade, num programa de divulgação dos jovens poetas angolanos, que era igualmente apresentado no Rádio Clube de Benguela, em colaboração com a jornalista Helena Soeiro (Mensurado, por casamento com outro jornalista, José Mensurado também ele um dos dinamizadores da Mensagem.
Na pequena e mais puxada ao Sul cidade de Angola - fundada, só na segunda metade do século XIX, por colonos luso-brasileiros fugidos de Pernambuco às defenestrações nativistas e sem assinaláveis tradições culturais - tem particular significado a acção quase "missionária" de Sebastião Coelho, apoiando a entronização, no Namibe, de um Movimento da "novi-angolanidade", que os seus promotores já queriam ver distinto do "lusotropicalismo teorizado pelo brasileiro nordestino Gilberto Freyre, aproveitado pelo regime colonial e, ainda hoje, como que travestido numa difusa "crioulidade" que é, no fundo, um desvio da "angolanidade" defendida pelos "mensageiros" com o sentido de afirmação de uma personalidade autónoma e prospectivamente africana.
Sebastião Coelho, ao longo dos anos em que me relacionei com ele, sobretudo por motivos profissionais, mas não só (uma ligação que durou até aos primeiros meses de 1976, comigo já em
Portugal e ele em vésperas de partir para a Argentina), fez a sua" guerra" pela angolanidade, sem anúncio nem ostentação.
Discreto, mas atento, agia como podia e era preciso naquele "tempo de cicio", no dizer do poeta Jofre Rocha: mesmo que os ouvintes "distraídos" não tivessem intuído um projecto nacionalista"
da realização, no Rádio Clube do Huambo, do Cruzeiro do Sul, o primeiro programa (com capa publicitária) falado numa língua nacional, o umbundo, e, depois, a partir dos seus Estúdios Nor~
te, em Luanda, as "mensagens" que eram enviadas, através dos Rádios Clubes, que o retransmitiam, no programa Café da Noite- ele espalhava a semente da "diferença" de ser angolano, nas suas crónicas, diálogos e prosódia, com graça, cordialidade e subtileza. Ficou célebre o seu slogan: Caféda Noite- Café de Angola, boa música em boa companhia. A música era predominantemente angolana e a companhia (os temas e as vozes) também.
O seu sentido nacionalista manifestava-se, de resto, em vários domínios: pelos anos 60. colaborando com a Liga Nacional Africana, recebo dele o convite para elaborar um artigo sobre literatura angolana que seria publicado na revista daquela Liga, ANGOLA; na mesma década, sinto-o, na sombra, a apoiar a minha posição de defesa dos "direitos .... adquiridos" pelos Rádios Clubes, quando a Rádio Comercial de Angola, recém-criada em Sá da Bandeira por dois ex-profissionais do Rádio Clube da Huíla que quiseram apostar na "iniciatiava privada", se empenhavam na proibição de os "clubes radiofónicos" explorarem a publicidade. Não lhes bastava já o privilégio de emitir para todo o território, através de um emissor de 10 kws, quando os Rádios Clubes estavam confinados a 1 kw.
Isto começou a ser visível em Luanda, a partir de 195 1, através de programas culturais do Rádio Clube de Angola, de Luanda, em que se fizeram ouvir as primeiras vozes de um assumido
Movimento dos Noyos Intelectuais de Angola (dinamizado por jovens poetas como António Jacinto, Leston Martins e Humberto da Silvan), que se propunha divulgar os novos valores da "poesia angolana", feita por "angolanos", como Viriato da Cruz (na época funcionário administrativo no Liceu de Sá da Bandeira, cidade académica que lhe inspiraria ainda um poema tão anódino como "Sá da Bandeira", que comparou com um pratinho de louça de Rouen...Cochat Osório, Ermelinda Xavier, Lília da Fonseca e Maurício Gomes, todos integrantes de uma colectânea mimeografada, que fez história, Antologia dos Novos Poetas de Angola, na qual participavam ainda aqueles "fundadores" do MNIA e que eram, também, os dinamizadores da
"revista" cultural da mesma Associação dos Naturais de Angola que" editara" a Antologia, igualmente histórica Mensagem.
Sebastião Coelho, à frente da emissora de Moçâmedes, dá guarida e colabora, em parceria com Leston Martins, então naquela cidade, num programa de divulgação dos jovens poetas angolanos, que era igualmente apresentado no Rádio Clube de Benguela, em colaboração com a jornalista Helena Soeiro (Mensurado, por casamento com outro jornalista, José Mensurado também ele um dos dinamizadores da Mensagem.
Na pequena e mais puxada ao Sul cidade de Angola - fundada, só na segunda metade do século XIX, por colonos luso-brasileiros fugidos de Pernambuco às defenestrações nativistas e sem assinaláveis tradições culturais - tem particular significado a acção quase "missionária" de Sebastião Coelho, apoiando a entronização, no Namibe, de um Movimento da "novi-angolanidade", que os seus promotores já queriam ver distinto do "lusotropicalismo teorizado pelo brasileiro nordestino Gilberto Freyre, aproveitado pelo regime colonial e, ainda hoje, como que travestido numa difusa "crioulidade" que é, no fundo, um desvio da "angolanidade" defendida pelos "mensageiros" com o sentido de afirmação de uma personalidade autónoma e prospectivamente africana.
Sebastião Coelho, ao longo dos anos em que me relacionei com ele, sobretudo por motivos profissionais, mas não só (uma ligação que durou até aos primeiros meses de 1976, comigo já em
Portugal e ele em vésperas de partir para a Argentina), fez a sua" guerra" pela angolanidade, sem anúncio nem ostentação.
Discreto, mas atento, agia como podia e era preciso naquele "tempo de cicio", no dizer do poeta Jofre Rocha: mesmo que os ouvintes "distraídos" não tivessem intuído um projecto nacionalista"
da realização, no Rádio Clube do Huambo, do Cruzeiro do Sul, o primeiro programa (com capa publicitária) falado numa língua nacional, o umbundo, e, depois, a partir dos seus Estúdios Nor~
te, em Luanda, as "mensagens" que eram enviadas, através dos Rádios Clubes, que o retransmitiam, no programa Café da Noite- ele espalhava a semente da "diferença" de ser angolano, nas suas crónicas, diálogos e prosódia, com graça, cordialidade e subtileza. Ficou célebre o seu slogan: Caféda Noite- Café de Angola, boa música em boa companhia. A música era predominantemente angolana e a companhia (os temas e as vozes) também.
O seu sentido nacionalista manifestava-se, de resto, em vários domínios: pelos anos 60. colaborando com a Liga Nacional Africana, recebo dele o convite para elaborar um artigo sobre literatura angolana que seria publicado na revista daquela Liga, ANGOLA; na mesma década, sinto-o, na sombra, a apoiar a minha posição de defesa dos "direitos .... adquiridos" pelos Rádios Clubes, quando a Rádio Comercial de Angola, recém-criada em Sá da Bandeira por dois ex-profissionais do Rádio Clube da Huíla que quiseram apostar na "iniciatiava privada", se empenhavam na proibição de os "clubes radiofónicos" explorarem a publicidade. Não lhes bastava já o privilégio de emitir para todo o território, através de um emissor de 10 kws, quando os Rádios Clubes estavam confinados a 1 kw.
Por iniciativa do Centro de Informação e Turismo de Angola (CITA), então dirigido por um militar atento à problemática, o major Alves Cardoso, realiza-se em Luanda o I Colóquio da Radiodifusão de Angola (estava esquecido o I Congresso ocorrido, cerca de dez anos antes, na Huíla, em que compareceram delegados dos Rádios Clubes e Rádios comerciais (então já duas, que acabariam por ser controladas pelo mesmo grupo económico).
Em nome do Rádio Clube da Huíla, assumo virtualmente o papel de "inimigo público nº 1 do favorecimento da Rádio privada em detrimento da Rádio Associativa, que, não sendo do Estado, prestava um serviço público de incidência regional, pois não visava o lucro, o que aliás era reconhecido pelo próprio Estado, que lhe ia concedendo, pelo Governo ou as autarquias, subsídios mais ou menos regulares.
Tenho em Sebastião Coelho (na altura proprietário da agência de publicidade Estúdios Norte) um aliado não declarado... O Colóquio deixou em suspenso a possibilidade de os Rádios Clubes se tomarem em sociedades cooperativas, o que obrigaria a uma alteração dos seus Estatutos, portanto gozando do "direito expresso" e já não consuetudinário de explorar a publicidade.
Como eu, Sebastião Coelho pensava que os Rádios Clubes, pela sua natureza associativa, com direcções democraticamente eleitas, eram o único espaço de relativa autonomia onde se manifestava a "opinião pública" das populações angolanas.
Por ironia da história, como consequência dos "ventos de mudança", em 1975 (em tempo de grande agitação política, como se sabe ou imagina), o principal administrador, em Luanda, da
Rádio Comercial de Angola, Mota Veiga, confia a Sebastião Coelho, com quem mantinha relações de grande confiança, a direcção das duas emissoras do grupo: a de Luanda e a de Sá da Bandeira. E, ironia das ironias, delega em mim (o "inimigo" confesso) a administração da Rádio Comercial de Angola, em Sá da Bandeira, que durou, com Leston Bandeira e Fernando Alves na direcção da informação e programas até que o MPLA perdeu o controlo da cidade, e consequentemente da Imprensa e da Rádio locais, com a ascensão dos profissionais ( e o beneplácito do sócio minoritário da empresa, residente naquela cidade, Venâncio Guimarães Sobrinho) apoiantes das forças coligadas da FNLA-UNITA, que se mantiveram até depois da chegada à cidade do exército sul-africano, no dia 23 de Outubro de 1975.
Depois da independência de Angola, ainda Sebastião Coelho se bateu contra a hegemonia de uma Rádio Nacional' centralizadora, fazendo dos ex-Rádio Clubes emissoras de repetição e assim
coartando as autonomias regionais. No livro que publicou em 1999, Angola-História e Estórias da Informação (que constitui a melhor fonte de informações conhecida sobre este e outros temas), ele diz suficientemente do seu desgosto por não ter visto concretizadas as expectativas.
Nestas estava incluída a criação de uma Escola de Jornalismo, para o que, no início de 1976, fui convidado para ser seu adjunto. Com o salvo-conduto à minha disposição, no aeroporto de Lis-
boa, para regressar a Angola, razões fortes, de natureza familiar, impediram a sua imediata utilização, retendo-me em , Portugal.
A Escola de Jornalismo pensada por Sebastião Coelho, em que se preparariam os futuros profissionais da Imprensa, Rádio e Televisão (da qual também foi um iniciador, após uma temporada de "estágio" passada na América do Sul), para com competência e sentido ético entrarem no futuro ciclópico que tinham pela frente, não chegou a arrancar.
Não voltei a contactar com ele, para lhe perguntar o que acontecera exactamente. Mas, ao receber a notícia de que partira para a Argentina, imaginei a resposta que me daria e que li, duas décadas depois, naquele seu referido livro - "... deixando atrás o país onde nasci, o princípio de Nação que ajudei a criar com amor, durante uma vida de trabalho, sacrificios e esperanças.
Mas era impossível continuar a lutar contra moinhos de vento." - e que outro jornalista, Júlio Guerra, recupera para o prefácio ao mesmo, com o seu comentário: "Sonhamos, meu caro
Sebastião, um sonho que, apesar de tudo, continua vivo. É a nossa Sagrada Esperança" .
É de irrecusável justiça reter de Sebastião Coelho a memória do profissional mais completo (cronista, repórter, locutor, produtor e administrador) que a actividade audiovisual, designadamente a Rádio, conheceu até agora em Angola.
Por ironia da história, como consequência dos "ventos de mudança", em 1975 (em tempo de grande agitação política, como se sabe ou imagina), o principal administrador, em Luanda, da
Rádio Comercial de Angola, Mota Veiga, confia a Sebastião Coelho, com quem mantinha relações de grande confiança, a direcção das duas emissoras do grupo: a de Luanda e a de Sá da Bandeira. E, ironia das ironias, delega em mim (o "inimigo" confesso) a administração da Rádio Comercial de Angola, em Sá da Bandeira, que durou, com Leston Bandeira e Fernando Alves na direcção da informação e programas até que o MPLA perdeu o controlo da cidade, e consequentemente da Imprensa e da Rádio locais, com a ascensão dos profissionais ( e o beneplácito do sócio minoritário da empresa, residente naquela cidade, Venâncio Guimarães Sobrinho) apoiantes das forças coligadas da FNLA-UNITA, que se mantiveram até depois da chegada à cidade do exército sul-africano, no dia 23 de Outubro de 1975.
Depois da independência de Angola, ainda Sebastião Coelho se bateu contra a hegemonia de uma Rádio Nacional' centralizadora, fazendo dos ex-Rádio Clubes emissoras de repetição e assim
coartando as autonomias regionais. No livro que publicou em 1999, Angola-História e Estórias da Informação (que constitui a melhor fonte de informações conhecida sobre este e outros temas), ele diz suficientemente do seu desgosto por não ter visto concretizadas as expectativas.
Nestas estava incluída a criação de uma Escola de Jornalismo, para o que, no início de 1976, fui convidado para ser seu adjunto. Com o salvo-conduto à minha disposição, no aeroporto de Lis-
boa, para regressar a Angola, razões fortes, de natureza familiar, impediram a sua imediata utilização, retendo-me em , Portugal.
A Escola de Jornalismo pensada por Sebastião Coelho, em que se preparariam os futuros profissionais da Imprensa, Rádio e Televisão (da qual também foi um iniciador, após uma temporada de "estágio" passada na América do Sul), para com competência e sentido ético entrarem no futuro ciclópico que tinham pela frente, não chegou a arrancar.
Não voltei a contactar com ele, para lhe perguntar o que acontecera exactamente. Mas, ao receber a notícia de que partira para a Argentina, imaginei a resposta que me daria e que li, duas décadas depois, naquele seu referido livro - "... deixando atrás o país onde nasci, o princípio de Nação que ajudei a criar com amor, durante uma vida de trabalho, sacrificios e esperanças.
Mas era impossível continuar a lutar contra moinhos de vento." - e que outro jornalista, Júlio Guerra, recupera para o prefácio ao mesmo, com o seu comentário: "Sonhamos, meu caro
Sebastião, um sonho que, apesar de tudo, continua vivo. É a nossa Sagrada Esperança" .
É de irrecusável justiça reter de Sebastião Coelho a memória do profissional mais completo (cronista, repórter, locutor, produtor e administrador) que a actividade audiovisual, designadamente a Rádio, conheceu até agora em Angola.
Nota da Redacção - Com efeito, Sebastião Coelho integrou, de 1972 a 1974-, um grupo liderado pdo conhecido radialista Paulo Cardoso, falecido há dois anos nos EUA, que, embora sem autorizaçãogovernamental, conseguiu montar em Luanda uma estação de tdevisão por cabo, a Tdevisão de Angola, TVA.Vem a talhe de foice dizer que, mesmo sem possibilidade de ser aprovada oficialmente devido aos circunstancialismos da época, aquda estação, cujos estúdios estavam instalados numa cave dum prédio um pouco acima do Hotd Trópico, chegou
a receber a visita do General Costa Gomes, que ali se deslocou pouco antes de sair de ter terminado a sua comissão como comandante em chefe das ForçasArmadasportuguesas