tag:blogger.com,1999:blog-15721933.post7332822800137302318..comments2023-08-15T12:13:22.107+01:00Comments on Africandar: Um dos Tabus da Nossa HistóriaLeston Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/17180416122415305428noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-15721933.post-75083435499412749242008-10-09T15:42:00.000+01:002008-10-09T15:42:00.000+01:00Tens toda a razao Leston !!Na história que podia t...Tens toda a razao Leston !!<BR/><BR/>Na história que podia ter sido mas nao foi e no jornal que é um saco de plástico muito caro ...<BR/><BR/>Abraços aqui de Maputo<BR/><BR/>MiguelMikehttps://www.blogger.com/profile/17658354333720783411noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-15721933.post-42091601577144684672008-09-07T20:21:00.000+01:002008-09-07T20:21:00.000+01:00Continuam a gozar c'a tropa!Cada assunto tem prior...Continuam a gozar c'a tropa!<BR/><BR/>Cada assunto tem prioridade autónoma e se assim não fosse andaríamos todos ainda<BR/>mais baralhados.<BR/>Vem isto a propósito do carácter efémero de notícias, tituladas de ineditismo mas que, o<BR/>mor das vezes, mascaram intuitos pouco claros (quando não inconfessáveis). A nossa<BR/>comunicação dita social, desde sempre - e este sempre é anterior à madrugada<BR/>libertadora - namora o(s) poder(es) um pouco ao jeito ferino das hienas com nariz no ar,<BR/>de um lado para o outro, sempre a farejar carniça podre ou ainda nem tanto que outrém<BR/>caçou, ou que está a pensar caçar...<BR/>Um dos acabados exemplos da coisa é o semanário do number one dito socialdemocrata,<BR/>vindo do ante-25A cheio de empáfia pré-revolucionária, depois anticunhalista,<BR/>depois antisoarista, depois antieanista, depois anti-nha-nha-nha e por aí fora até o<BR/>(m/amigo) Emídio tomar conta do canal televisivo e baralhar tudo de novo. Quanto ao<BR/>estilo, es lo mismo: coisas «inéditas».<BR/>Ora então se o socialismo-capitalista está para lavar e durar, há que estar sempre-sempre<BR/>ao lado do povo, perdão, do poder. Há alguém ligado ao partido-no-poder que precise de<BR/>uma mãozinha? Há algum familiar de um autarca do partido-no-poder, que careça de ser<BR/>alavancado e - já agora - possa dizer mal de tudo quanto foi para inferir que o hoje e o<BR/>futuro estão hipotecados pelo malandro do inventor do Estado Novo, grandessíssimo fdp<BR/>que tem a culpa de tudo quanto se passou, sucede e virá a ocorrer no futuro próximo ou<BR/>longínquo? Pois então, promova-se a coisa: oferece-se ao povo as habituais tintas de<BR/>ineditismo, através de uns quantos textos desgarrados - entrecortados com reportagem<BR/>opinativa e umas quantas fotografias chocantes, conversa e fotos que nunca ninguém vai<BR/>ter pachorra para ler e ver à lupa, de situar historicamente, de produzir crítica e que, por<BR/>remotíssima hipótese vinda esta a lume, jamais terá audiência suficiente para contraditar<BR/>outras paralelas balelas nos entretantos postas às postas a correr por intermédio de<BR/>grandes tiragens impressas ou bloguísticas.<BR/>A mais recente treta - porque em vernáculo corrente não encontro outro suave palavrão<BR/>para nomear a coisa -, foi recém-publicada pela Única do Expresso sob a pomposa<BR/>epígrafe «Sobreviventes e ignorados», cuja chamada de capa foi posta, textualmente, em<BR/>cima e à esquerda: «ANGOLA - Relatos inéditos da guerra colonial».<BR/>Começada a ler no café do bairro, entre uma bica e um copo de água, eis o lead da coisa:<BR/>«Guerra Colonial. Novos relatos de 1961. Dois relatórios que nunca foram tornados<BR/>públicos, feitos pelo administrador da então Carmona, lançam nova luz sobre as chacinas<BR/>no norte de Angola que marcaram o início da guerra colonial». E após muita publicidade e<BR/>patati-patatá, só a páginas 52 (!) em diante, lá está: «A história de portugueses<BR/>abandonados por Salazar, contada por um homem do regime e que mais tarde o regime<BR/>castigou.» Malandros, malandro do Salazar que tinha um poder ainda hoje incalculável,<BR/>dominava - pior, triturava - a vontade de cada um e de todos, tanto interna como<BR/>externamente, tanto nacional como internacionalmente tudo estava condicionado pela<BR/>férrea vontade, quer-se-dizer, teimosia do velho das botas, malandro do gajo, a tal ponto<BR/>que ainda hoje há uma data de gente a viver à pala das barras-de-ouro-nazi-fascista-colonialista<BR/>que continuam a sustentar a ténue independência económica do rectângulo e<BR/>jornais e escribas que vivem de mal-contadas estórias sobre os tenebrosos-tempos-do-faxismo... Ia<BR/>escrever negregados-tempos, mais autocensurei, não fosse alguém dar-me voz de prisão,<BR/>por delito de opinião xenófoba-racista.<BR/>E o já falecido Custódio Ramos, coisa-e-tal, e um herdeiro de outrém não aparentado<BR/>(mas também falecido) que encontrou uns calhamaços que precisa pôr a render.<BR/>Não se dá mínima ideia do real conteúdo de tais grossos volumes, mas pelo andar<BR/>carruagem, digo, da reportagem - além de relatos, apreciações e opiniões muito pessoais<BR/>do falecido autor -, pareceu haver por ali extractos de artigos ao tempo (1961) publicados<BR/>no Jornal do Congo e em livros vários editados na época (alguns com sucessivas<BR/>reedições) cujos títulos estão já quase todos referenciados na bibliografia constante de<BR/>uma das subpáginas do site Ultramar.TerraWeb), extractos esses aproveitados como se<BR/>autoria do próprio diarista se tratassem, mas que efectivamente o não são.<BR/>Sentado à mesa do café, sábado 30 de Agosto de 2008, leio com espanto esta coisa,<BR/>assinada pela menina (ou senhora) jornalista (?) Valentina Marcelino: «Nos arquivos da<BR/>Torre do Tombo, o "Expresso" [note-se que não foi a autora da "cacha" - encomendada (?)<BR/>-, foi o citado semanário que] foi encontrar uma carta que ele [Custódio Abel Fernandes<BR/>Ramos, transmontano, «inspector administrativo interino, do Quadro Comum do Ultramar,<BR/>colocado em Angola» como administrador concelhio de Carmona, mas de modo algum e<BR/>em tempo nenhum "administrador colonial do distrito de Carmona" pois tal distrito era<BR/>inexistente, havendo sim o distrito do Congo (Português) que ao tempo englobava os<BR/>futuros distritos do Uíje e do Zaire, mas cuja capital distrital era, em 1961, efectivamente a<BR/>cidade de Carmona], enviara ao general Santos Costa, ministro da Guerra naquele<BR/>período, na qual lembra que muito antes tinha avisado o Governo sobre a iminência da<BR/>tragédia». Então o coronel Fernando dos Santos Costa, ministro da Defesa Nacional e do<BR/>Exército, afastado de quaisquer cargos governativos na imediata sequência da cegada<BR/>eleitoral delgadista, era «general» e ministro «da Guerra» (nomenclatura inexistente<BR/>desde 02Ago50), ainda em 1961?! E um funcionário do quadro do Ministério do Ultramar,<BR/>recém-colocado na cidade de Carmona, escrevia (e enviava) directamente cartas ao<BR/>ministro da Defesa Nacional, fosse ele qual fosse? E isso tudo, tal-qualmente, está na<BR/>Torre do Tombo? E prontos... afobado por tamanhas perplexidades, nada mais consegui<BR/>ler naquele momento e regressei à origem.<BR/>Horas decorridas, já resguardado em paciência - a tal pachorra que vai faltando -, o leitor<BR/>fica ainda mais (des)informado sobre a existência de «dois relatórios com mais de mil<BR/>páginas e fotografias inéditas». Mais calinadas: se são «relatórios» oficiais, deveriam<BR/>estar arquivados no destino - seja, no acervo respeitante ao antigo Ministério do Ultramar<BR/>-, mas afinal foram encontrados em espólio alheio (tanto ao destinatário como à origem); e<BR/>quantos às «fotografias», quais inéditas qual carapuça! Nem são originais, são<BR/>reproduções; e nem são inéditas, podem ser vistas essas e muitas outras (muitíssimo<BR/>mais reveladoras das atrocidades terroristas cometidas por alguns dos ex-guerrilheiros da<BR/>UPA entrevistados para o subitamente interrompido seriado-televisivo guerra-do-ultramar-colonial-<BR/>de-libertação), praticamente todas publicadas em títulos supra citados.<BR/>E por aí fora, «uma das fotos que colou nos seus relatórios. Esta retrata dois gémeos de<BR/>quatro meses chacinados». Cá está, chacinados. Deveria repetir-se mais vezes:<BR/>chacinados, com apenas quatro meses! Mas naquela representação fotográfica<BR/>daquela específica matança (praticada em local identificado... e quem quiser procure os<BR/>outros livros), não há quaisquer «gémeos»: uma das crianças, a de quatro meses, foi<BR/>feroz e barbaramente assassinada no próprio berço (alcofa, na época em uso) mas nesta<BR/>reportagem ficou obliterada (plano cortado à esquerda)... porquê? Tudo isto, de memória,<BR/>sem necessidade de consultar livro algum. Ora, tal sucedendo com este leitor, por certo<BR/>terá sucedido com centenas de outros leitores daquela treta, ao fim e ao resto destinada a<BR/>promover o quê, ou quem? Um jovem licenciado em História, com apelido sonante e<BR/>militante socialista - pois então -, que parece haver concluído nada lhe ter sido ensinado<BR/>(ou pouco ter apreendido) sobre a nossa recente História e, em vez de acrescentar saber<BR/>científico, limitou-se - lamentavelmente - «a escrever um livro, ficcionado, com base nos<BR/>testemunhos».<BR/>Portanto, este-país anda a formar académicos destinados a produzir science-fiction.<BR/>Ficamos a saber, ou a pensar plausível, existir uma inovativa cadeira de ciência-ficção e<BR/>que a mesma faz parte da moderna curricula obrigatória dos cursos universitários de<BR/>História. Será na Nova, tutelada pelo bloquista professor que nunca ninguém percebeu<BR/>onde está publicada e do que trata a respectiva tese de doutoramento? Se o licenciado<BR/>Paulo Freitas do Amaral ali foi discente, este leitor (pelo menos, este) fica mais orientado.<BR/>Se não, haveria de ter-se explicado na reportagem, porque é sempre bom dar a conhecer,<BR/>também, estes prumenores.<BR/>Para que fiquem registados. Na estória. Quanto mais não seja, porque de ficções está o<BR/>povo farto.<BR/>Continuam a «gozar c'a tropa»!JC Abreu dos Santoshttps://www.blogger.com/profile/12333084381503965836noreply@blogger.com