segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Eleições em Cabo Verde - Sempre a Mesma Coisa

Na última sexta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça de Cabo Verde decidiu pela improcedência das impugnações das leições legislativas e presidenciais, apresentadas pelo MpD e por Carlos Veiga contra, respectivamente, as vitórias do PAICV e Pedro Pires.
Como sempre, o MpD e Carlos Veiga (já repararam no minúsculo "p" da sigla?) usam de estratégias administrativas para tentar ganhar na secretaria o que perderam no terreno da luta política.
E que conseguiram eles? Parar o país durante quase um mês . Sobre esta paragem há já muita gente a queixar-se e as consequências em alguns sectores podem ser graves. Em Cabo Verde há mesmo gente que já nem sequer atende os telefones.

sábado, fevereiro 25, 2006

Miala

A notícia vem de Luanda. Em Lisboa passa ao lado do noticiário normal. Os jornais existem para pentear meia dúzia de macacos, que se olham e reolham ao espelho antes de sair de casa.
O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, demitiu o seu chefe dos Serviços Secretos, o General Miala, acerca de quem se dizia que não havia negócio em Angola que não passasse por ele. Ou, que era um pretendente ao cargo do ZéDu.
A demissão foi anunciada em comunicado da Presidência da República e a esta hora há muita gente a transpirar - é que, em Luanda, está um calor danado.
Não se sabe ainda quem será o substituto de Miala. Seguramente será alguém muito jovem. Vai uma aposta?

O TEMPO E O MODO

O título não é original, o tempo também não e eu ainda menos. Passei uns dias fora. Revi amigos e recantos onde vivi uns anos feliz. Nada de muito distante, uma noite de comboio lento, mas confortável, bastou. Deu para ver como se multiplicaram as lojas chinesas. São muitas, são! Mas são discretos, os chineses das lojas. Aceito que, afinal, não são todos iguais. Sobretudo as mulheres que, pelos vistos, aceitaram tornar-se atraentes.
Vi imensos ingleses a beber cerveja, a cantar e a partir vidros das portas de café-cervejarias. Quando era mais novo, caramba, meus, muito mais novo, conheci uma inglesa que me explicou que os ingleses só «faziam ao sábado», porque tinham semana inglesa, o que os obrigava a embebedar-se à sexta, cumprir o dever ao sábado e descansar ao domingo para enfrentar a semana. Não se podia contar com eles aos sábados, mas nos outros dias da semana, mesmo que fosse domingo, era uma alegria!
À noite os ingleses ganharam ao Real causando uma real desilusão ao madrilenos. Palpitou-me
que, desta vez, seria Mourinho a pagar a factura. E regressei a tempo de ver...
Mas vi também que o meu país tinha evoluido. Sexo escaldante irrompia através da imprensa , em grande e á francesa! É verdade que nada de muito novo, salvo a terminologia pura e dura. Mas como qualquer saloio inveterado, choquei-me mais pelas palavras do que pelos actos. Mas diverti-me bastante pelo excesso de machismo do escritor escandalizado pela audácia libertina
da cronista, que pôs o preto no branco (salvo seja!) que as mulheres fingem, na cama, mais do que se pensa. Fingem um prazer que não sentem ou que não se lhes soube dar. E é aqui que se sobressalta o machismo, receoso de lhe ser avaliada a competência!
Vá lá, vá lá! não se zanguem uns com as outras e vice-versa. É a falar, ou a truca-trucar, que o maralhal se entende.Quanto mais se falar melhor se compreende. Mas reconheço que falar de cama, com terminologia latina não faz ponta. E um pouquinho de fingimento ajuda e estimula,
como cantou o poeta «... que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente».
Lembro outro poeta, quando durante uma noite orgíaca se falou do beijo divino e ele contou de um conterrâneo, que se gabava de manhã: «todos os dias aparecem feitos, na Madeira, 200 minetes. Eu faço dois. Quem faz os outros?» A grosseria abre caminho e ainda bem, é mais estimulante, sobretudo quando se afirma e mais ainda quando a afirmação surge da ala feminina,
muito mais desinibida, mais consistente, não se limita a falar entre muros, escreve. Um pontapé na ética, nos costumes. Convenhamos que é mais estimulante e ousado que forjar gravuras.
Sobretudo porque foi possível debater sexo sem a componente poética ou amorosa. Com gritinhos a sério ou a fingir o sexo é para usar e o amor para se fazer. A questão que sobra é saber quem e como poder dar a machadinha no matrimónio...
Entretanto cada qual faça o que pode, como puder e onde puder. E toca a fingir que se faz tarde...

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Mwanawasa Não Desiste


Zambie : nouvelle inculpation de Chiluba - 15/2/2006
L’ancien président zambien Frederick Chiluba comparaîtra à partir de jeudi pour une nouvelle inculpation concernant le détournement de 507 millions de dollars (426 millions EUR) de fonds publics, a annoncé mercredi un procureur.

Chiluba, qui a dirigé la Zambie de 1991 à 2001, a plaidé non coupable lorqu’il a brièvement comparu une première fois mardi dans ce dossier, a précisé le procureur Mutembo Nchito. "Nous avons dû actualiser le dossier en fonction de nouveaux chiffres. Nous les avons révisés et le procès commencera jeudi", a-t-il déclaré.

Chiluba avait été jugé en décembre 2003 pour détournement de fonds publics, mais les procédures s’étaient enlisées et il avait été relaxé en septembre 2004. Il avait cependant été à nouveau inculpé depuis.

Chiluba est mis en cause avec plusieurs de ses anciens collaborateurs, dont l’ex-directeur des renseignements, Xavier Chungu, qui a fui le pays.

L’ancien président est interdit de sortie de territoire jusqu’à l’issue de son procès.

Le gouvernement a également engagé une procédure civile contre Chiluba et 17 anciens fonctionnaires devant la justice britannique pour le détournement de 13 millions de livres (23,3 millions USD/19,1 millions EUR).

La Haute cour de Londres a ordonné en novembre 2004 le gel des avoirs de l’ancien président et de 14 de ses collaborateurs.

La procédure contre Chiluba a été lancée depuis l’arrivée au pouvoir de son successeur, Levy Mwanawasa, qui a nommé une équipe spéciale pour enquêter sur la corruption et les détournements de fonds durant les dix années précédentes.

Zambie : nouvelle inculpation de Chiluba - 15/2/2006
L’ancien président zambien Frederick Chiluba comparaîtra à partir de jeudi pour une nouvelle inculpation concernant le détournement de 507 millions de dollars (426 millions EUR) de fonds publics, a annoncé mercredi un procureur.

Chiluba, qui a dirigé la Zambie de 1991 à 2001, a plaidé non coupable lorqu’il a brièvement comparu une première fois mardi dans ce dossier, a précisé le procureur Mutembo Nchito. "Nous avons dû actualiser le dossier en fonction de nouveaux chiffres. Nous les avons révisés et le procès commencera jeudi", a-t-il déclaré.

Chiluba avait été jugé en décembre 2003 pour détournement de fonds publics, mais les procédures s’étaient enlisées et il avait été relaxé en septembre 2004. Il avait cependant été à nouveau inculpé depuis.

Chiluba est mis en cause avec plusieurs de ses anciens collaborateurs, dont l’ex-directeur des renseignements, Xavier Chungu, qui a fui le pays.

L’ancien président est interdit de sortie de territoire jusqu’à l’issue de son procès.

Le gouvernement a également engagé une procédure civile contre Chiluba et 17 anciens fonctionnaires devant la justice britannique pour le détournement de 13 millions de livres (23,3 millions USD/19,1 millions EUR).

La Haute cour de Londres a ordonné en novembre 2004 le gel des avoirs de l’ancien président et de 14 de ses collaborateurs.

La procédure contre Chiluba a été lancée depuis l’arrivée au pouvoir de son successeur, Levy Mwanawasa, qui a nommé une équipe spéciale pour enquêter sur la corruption et les détournements de fonds durant les dix années précédentes.

Zambie : nouvelle inculpation de Chiluba - 15/2/2006
L’ancien président zambien Frederick Chiluba comparaîtra à partir de jeudi pour une nouvelle inculpation concernant le détournement de 507 millions de dollars (426 millions EUR) de fonds publics, a annoncé mercredi un procureur.

Chiluba, qui a dirigé la Zambie de 1991 à 2001, a plaidé non coupable lorqu’il a brièvement comparu une première fois mardi dans ce dossier, a précisé le procureur Mutembo Nchito. "Nous avons dû actualiser le dossier en fonction de nouveaux chiffres. Nous les avons révisés et le procès commencera jeudi", a-t-il déclaré.

Chiluba avait été jugé en décembre 2003 pour détournement de fonds publics, mais les procédures s’étaient enlisées et il avait été relaxé en septembre 2004. Il avait cependant été à nouveau inculpé depuis.

Chiluba est mis en cause avec plusieurs de ses anciens collaborateurs, dont l’ex-directeur des renseignements, Xavier Chungu, qui a fui le pays.

L’ancien président est interdit de sortie de territoire jusqu’à l’issue de son procès.

Le gouvernement a également engagé une procédure civile contre Chiluba et 17 anciens fonctionnaires devant la justice britannique pour le détournement de 13 millions de livres (23,3 millions USD/19,1 millions EUR).

La Haute cour de Londres a ordonné en novembre 2004 le gel des avoirs de l’ancien président et de 14 de ses collaborateurs.

La procédure contre Chiluba a été lancée depuis l’arrivée au pouvoir de son successeur, Levy Mwanawasa, qui a nommé une équipe spéciale pour enquêter sur la corruption et les détournements de fonds durant les dix années précédentes.
Lendo a Agência Afrique Central ficamos a saber que Mwanawasa, o actual presidente da Zâmbia não desiste de tentar inculpar o seu antecessor, Frederik Chiluba, bem como membros do seu gabinete, nomeadamente Xavier Xungu, ex-chefe dos serviços secretos da Zâmbia e que, entretanto, continua a ser procurado pelos homens de Mwanawasa, que já foram, inclusivé, a Angola, pressionar o governo local para lhe entregar Xungu, depois que este deu uma entrevista ao semanário "Angolense". Xungu nuna esteve em Angola depois que saiu de Lusaka.
A fúria de Mwanawasa pode vir a ter consequências trágicas, tanto para Chiluba, entretanto, impedido de sair do país, como para Xungu.
Talvez fosse bom que a comunidade internacional ficasse mais atenta ao que se pode passar na Zâmbia nos próximos tempos...

domingo, fevereiro 19, 2006

As Diferenças Assustadoras

Fala-se cada vez mais em globalização, uma palavra que já entrou nos dicionários de todos os vendedores e serve de bengala a todos os negócios.
A palavra é, todavia, perigosa, porque pode ser encarada sob vários prismas. A globalização financeira está feita, ou quase. O capital cada vez menos tem pátria e os capitalistas já vendem as respectivas mães a prestações.
A globalização das tecnologias está, sob o ponto de vista dos consumidores ainda muito distante e a dos produtores não existe, não se fala dela e não faz parte dos planos de quem detém as respectivas capacidades.
A globalização das mercadorias, consideradas de uma forma geral, está a caminho, mas com um cada vez mais acentuado desiquilibrio para o lado de quem apenas tem matérias primas em favor dos que produzem manufacturas.
A globalização das pessoas está a fazer-se à força. O velho conflito Norte/Sul, a que muito boa gente chamou diálogo, acentua-se e o velho paradigma Europa, que se tem olhado a si mesmo de uma forma arrogante começa a ficar cercado, não apenas pelas globalizações financeira, tecnológica e de mercadorias, mas sobretudo pelo desejo de globalização das pessoas.
O Mundo começa a ficar virado do avesso - eu diria mesmo - perigoso, porque a chamada "falta de valores" está a dar lugar a um "excesso de valores" e, quer uma, quer outra forma, não resolvem as questões fundamentais do nosso tempo, que têm, sobretudo a ver com as asssutadoras diferenças que se têm vindo a acentuar entre os vários mundos.
Uma delas é, por exemplo, sobre a capacidade de produzir informação entre o Norte e o Sul. O abismo que se cavou é tão grande que até dói.
Num destes últimos dias recebi de um amigo um exemplar de um jornal que se publica em Angola e a seu propósito escrevi um post que era mais um grito do que outra coisa. Eu bem poderia ter explicado as razões dos termos usados , bem como os motivos da utilização dos nomes das pessoas que nele apareceram, mas acho que não vale a pena. Embora aquelas pessoas tenham responsabilidades na actual situação, elas não conseguem, tal como eu, ultrapassar a sua condição de vítimas.
Preferi fazer "delete"... mas que o jornal é mau, é, que só daqui a muito tempo vão conseguir fazer melhor, é verdade. Por isso me apetece gritar!!!

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

E Vão Cinco

No seguimento da saudação que fiz ao Comandante Pedro Pires, de novo, por mérito próprio, através de uma eleição democrática, Presidente da República de Cabo Verde, aqui vai o meu abraço para o Maurício de Carvalho e para a sua equipa, responsável pela concepção e execução da campanha para as legislativas, ganhas com maiora absoluta pelo PAICV e responsável pela concepção e concretização dos tempos de antena da campanha de Pedro Pires.

Com estas duas somam já cinco as vitórias eleitorais que Maurício de Carvalho conseguiu em Cabo Verde, desde 2001.

Aqui está um facto relevante, já que, tanto em 2001 como em 2006, a Textimédia, de Maurício de Carvalho, teve adversários poderosos. Por exemplo, a equipa responsável pela campanha de Carlos Veiga foi a mesma que venceu as presidenciais em Portugal.

Bravo Maurício!

BRAVO, COMANDANTE

Da Cidade da Praia, chegam notícias da vitória da recandidatura de Pedro Pires à Presidência da República de Cabo Verde. Aqui estou, por isso, a regozijar-me com o facto e não apenas porque tenho a honra de me considerar seu amigo pessoal, mas porque reconheço nesta vitória a justiça que o Povo Cabo-verdiano lhe deve.
Pedro Pires pertence a uma pleíade notável de dirigentes africanos, particularmente de Cabo Verde, que lutou pela independência da sua terra, que a reconstruiu e, depois, a entregou ao povo, sujeitando-se de motu próprio - já que foi ele a promover as condições para tal - a eleições livres e justas, das quais saiu vencedor por duas vezes.
E sempre contra o mesmo adversário. Que não lutou por nada e apenas aproveitou aquilo que os outros construiram para enriquecer, a ele e aos amigos.
As sucessivas derrotas de Carlos Veiga significam, por um lado, que os cabo-verdianos estarão, finalmente, livres dele - não acredito que volte a candidatar-se ao que quer que seja - e, por outro, uma verdade: só conseguiu ganhar eleições, aproveitando, em 1991, a confusão, beneficiando do impulso dado pelo PAICV para o multipartidarismo e dos panfletos anónimos, miseráveis, que apontavam ao PAICV e aos seus dirigentes, acções verdadeiramente inacreditáveis. Tão inacreditáveis que nunca conseguiram ser provadas.
Por tudo isto, BRAVO, COMANDANTE PEDRO PIRES.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

AO SABOR DO TEMPO

É o tempo que tempera a História e a molda, conservando ou remodelando a longa caminhada. Pelo caminho vai-se perdendo a memória de realidades incómodas e retocando os feitos épicos. Sei melhor que Afonso Henriques fundou uma nacionalidade e menos como foi enganando o Papa, ao tempo uma espécie de notário, onde se ia registar a sociedade. Mas sei que Egas Moniz foi de baraço ao pescoço para honrar a palavra. E palavra que não me lembro porque é que o rei amarrou a mãe pelos cabelos.
Pedro amou Inês e isso tem sido alimento de poesia. Mas foi igualmente um caso de traição conjugal, mas disso não se canta nem em prosa nem em verso. O Marquês de Pombal era rijo. Enfrentou o terramoto e recuperou Lisboa. Mas mandou matar três gerações de Távoras. Ainda assim não foi ele que inventou o radicalismo.
A Igreja cristã torturava um senhor que teve a ousadia de pensar que a Terra pudesse girar em volta do Sol. Mais tarde, um senhor na Alemanha pensava que a Alemanha era demasiado pequena para a sua ambição. Em Londres o Rei andava distraído. Em Paris cosia-se roupa e comia-se no Moulin Rouge. Em Lisboa, o Presidente do Conselho não ia, mandava. De facto mandou alguns para longe!
Ao tempo, a política era um pouco como a liberdade de imprensa. Cada qual fazia o que lhe apetecia. Hitler invadiu a Polónia e começava uma guerra que alastrou por quase toda a Europa.
Os ingleses chamaram Churchill e ele fez como o treinador do Nacional: pôs-se à defesa. De Gaulle pôs-se a andar. Os judeus que puderam fugiram. Os que não puderam foram presos e passaram fome. Seis milhões dizimados com requintes de malvadez. Salazar não ia, mandava. Mandou os portugueses produzir e poupar e comer racionado.
Os japoneses também entraram na guerra. Bombardearam uma ilha americana e ocuparam as Filipinas, China, a Indonésia e não me lembro que mais. Mais tarde tiveram que pagar a factura, levando com duas bombas atómicas, made in USA.
Com a paz vieram outras guerras, umas ditas de libertação, outras nem por isso. Havia uma fria, bem gélida, por sinal, e outras bem quentinhas... Mesmo assim um mundo novo ressurgia, com nova arrumação.Parecia uma coisa simples, parecia...
No Quénia, acho eu, era a África a aparecer, de mansinho! Os «mau-mau». Recordo-me, ainda menino, das graçolas: «um mau-mau comer um bom-bom». Os quenianos não deram muita importância. Os ingleses negociaram a independência, depois de terem prendido Jomo Kenniata.
Os franceses tiveram a Indochina e a Argélia, o que não foi pouca coisa. Começar as experiências nucleares foi como lamber as feridas. A «bomba A» parecia uma espécie nova de seguro de vida.
Quem tem bomba não tem inimigos! Errado, profundamente errado!
O terrorismo irrompeu como reacção. Quem não tem cão caça com gato. Na guerra convencional
os bombardeamentos aéreos matavam indistintamente quem não estivesse resguardado e arrasaram cidades inteiras. O terrorismo faz o mesmo, sem aviões, sem exército. Alimenta-se de religião e semeia ódios. Daqui por dois mil anos a História deve ser outra. Bush nome de avenida. Ben Laden, faculdade de direito, Médio Oriente, discussão académica sobre a guerra dos cem anos. Talvez o Benfica vá à frente, o TGV já chegue ao Pragal. E ainda haja quem goste de mulheres...

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Presidenciais em Cabo Verde

No próximo domingo, dia 12, o povo cabo-verdiano vai ser chamado a eleger o seu Presidente da República. Como há cinco anos, o grande combate é entre Pedro Pires e Carlos Veiga. Dizem-me da Cidade da Praia que do lado de Pedro Pires há agora o receio do muito dinheiro que aparece do lado de Carlos Veiga, cujo tio vendeu a cimenteira à Cimpor para poder ajudar o sobrinho. É que o tio também já foi ajudado...
O medo é o da compra de BI e cartões de eleitores, a forma usada para evitar que os adversários votem. Vai uma grande azáfama no controlo dos portadores de pastas esquisitas... por todo o país.

domingo, fevereiro 05, 2006

Recordações

A Regina Mirandela da Costa (Peyroteo) teve a amabilidade de me enviar esta fotografia, encontrada nas recordações do seu marido. É uma equipa de basquetebol da Académica da Huíla e que tem a particularidade de ter, além do prof. Mirandela da Costa (13), o Joaquim Pintado(4) e o Rui Alexandrino(15). Além de mim próprio (12) e o Manuel João (7). Dos nomes dos dirigentes só me lembro do da direita, o tenente Rocha. O outro, o da esquerda, era professor do Liceu Diogo Cão e, na altura, presidente da Académica da Huíla.
Pintado (com quem também joguei andebol) é ainda hoje considerado o melhor jogador desta modalidade em Portugal, Mirandela da Costa teve um papel importante na organização do Desporto em Portugal e Rui Alexandrino é dos militares mais condecorados de todos os tempos em Portugal.
Não sei o que é feito do Manuel João e eu ando por aqui - de repente, alguém me lembra que fiz outras coisas, com outras gentes.
Obrigado, Regina.

4 de Fevereiro

Para o MPLA - partido único, marxista-leninista, esta era a data do início da História de Angola. Tudo o resto, tudo quanto se tinha passado anteriormente não existia. A não ser a publicação de um manifesto, redigido por Mário Pinto de Andrade em que se falava da necessidade da criação de um "Amplo Movimento Popular de Libertação de Angola", com a data de 10 de Dezembro de 1956. Esse ficou como o dia da fundação do MPLA. Desconheço se em Angola estas duas datas continuam a ser feriado nacional , ou se é apenas uma ou mesmo nenhuma.
O 4 de Fevereiro é, todavia, uma data importante na História do país, a exigir investigação cuidada, porque à sua volta de criaram muitos mitos, se desenvolveram alianças políticas que continuam e se criaram verdadeiras dinastias de domínio económico.
Para mim o 4 de Fevereiro é o dia da morte do Joaquim, um amigo, que era do Kipungo e estava na tropa para cumprir aquilo que na altura se chamava um dever cívico. Não sabia nada de política e morreu , vítima de um tiro disparado certamente sem intenção, mas que fez dele a única vítima desta data que durante anos foi empolada e é agora nada se compararmos o contexto dos acontecimentos de então com o que, entretanto, acontece em Angola e, sobretudo fora de Angola, a mando dos angolanos que cheagaram ao poder por causa de vítimas como o Joaquim do Kipungo.